Isenções para banqueiros chegam a 36,7 bilhões de reais
Ao contrário das declarações dos primeiros dias da nova crise do sistema financeiro internacional, ministros e porta-vozes do Governo Lula já mudaram o tom. Agora não só reconhecem que a crise deve ter efeitos sobre o país, como também estão adotando medidas concretas, todas elas visando proteger bancos e grandes empresas.
Em 1999, no auge da crise que se abateu sobre o mercado financeiro nacional, o governo FHC abriu os cofres públicos e doou aos grandes bancos 24 bilhões de reais, do chamado PROER. Agora, em apenas uma semana, o Governo Lula abre mão de 36,7 bilhões de reais, isentando grandes e pequenos bancos de depositaram a parte relativa ao compulsório que fica de salvaguarda no Banco Central.
Fora isso, o governo liberou mais de 4 bilhões de reais para o agro-negócio. A Bolsa de Valores de SP acumula perdas de 27,7% em seus negócios este ano e os Fundos de Pensões também já perderam mais de 26 bilhões de reais com a crise, devido aos “investimentos” que fazem no sistema financeiro com dinheiro dos trabalhadores.
Apesar de todo o discurso oficial, salta aos olhos de quem quer enxergar que a economia brasileira está subordinada à ciranda financeira internacional. Enquanto isso, a dura realidade para os serviços públicos e os servidores: o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já fala em rever as previsões de gastos no Orçamento para 2009. Nenhuma palavra ou ato concreto pela revisão das metas de superávit primário ou de corte nos recursos para o pagamento de juros e amortizações das dívidas interna e externa.