MTL-Democrático e Independente

O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente (MTL-DI) é um movimento popular autônomo e independente de partidos e governos, que organiza trabalhadores do campo e da cidade, por terra, moradia e vida digna.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Operação Satiagraha: servidores concursados peitam máfias*

Enquanto o governo Lula se acovarda, confirmando ter rabo preso com a máfia do Grupo Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas segue solto junto com seus comparsas. Suas ligações com parlamentares, figuras de influência nos governos FHC e Lula e junto ao Judiciário lhe renderam até Hábeas Corpus preventivo do senhor Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Responsáveis pela apuração dos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas (entre outros), o juiz Fausto de Sanctis e o delegado Protógenes Queiróz sofrem pressões de todos os lados.

A Operação Satiagraha expôs apenas a ponta do novelo de um esquema muito maior. As inúmeras formas de captação de recursos – de preferência dinheiro público – pelo Grupo Opportunity passam pela lavanderia do respeitável “megainvestidor” Naji Nahas, que milagrosamente transforma dinheiro sujo em dinheiro limpo. O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, aparece no caso apenas como um dos comensais de Nahas e Dantas, provavelmente por serviços prestados ao grupo.

Os tentáculos do Grupo Opportunity, cuja sede é no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, se estendem ao Congresso Nacional, onde é conhecida a bancada de Daniel Dantas. Um de seus expoentes (embora negue) seria o senador Heráclito Fortes (DEM), que alega prestar apenas favores a amigos. Também figuram entre os expoentes da bancada DD a senadora Ideli Salvati (PT) e o deputado José Eduardo Cardoso (PT).

Dantas tem muito mais gente no bolso, como indica sua participação no escândalo do Mensalão, no qual era um dos financiadores. Basta que se revele os nomes dos 90 sócios do Opportunity e os nomes que constam de documentos encontrados numa parede de fundo falso no apartamento de Dantas, no Rio.

O grupo Opportunity nasceu e cresceu na Era FHC, com a privatização da Telefonia, do Metrô do Rio, entre outras. No “limite da irresponsabilidade”, como admitiu um ex-ministro em conversa telefônica gravada e revelada pela imprensa, o governo FHC incentivou as privatizações através de consórcios que reuniam grupos privados nacionais e estrangeiros em associação com recursos de Fundos de Pensão de funcionários de empresas estatais, que jamais foram consultados a respeito.

Convém lembrar que o Opportunity esteve implicado em outros escândalos, como a espionagem da cúpula do PT no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, através da empresa Kroll.

Entre os advogados de Dantas aparecem os senhores Luis Eduardo Greenhalg (dirigente nacional e ex-deputado federal do PT/SP) e Roberto Teixeira, o compadre de Lula. Conversas entre Greenhalg e o secretário da Presidência da República e também dirigente nacional do PT, Gilberto Carvalho, ligam diretamente a cúpula do governo aos interesses ao grupo de Dantas.

Numa delas o advogado questiona a existência de uma investigação e cita o nome do delegado Protógenes Queiroz como “perigoso”. Em outra das conversas gravadas pela PF, uma advogada do Opportuniy se refere ao juiz Fausto de Sanctis como “um filho da puta”, cujo grande defeito é não ser corrupto. Também estão citados em escutas telefônicas gravadas os ministros Dilma Roussef, Mangaberia Unger e o ex-ministro José Dirceu.

Nas investigações também aparecem colaboradores deste esquema em órgãos da mídia, jornalistas que publicam sempre artigos e notas favoráveis ao grupo de Daniel Dantas. O mais vergonhoso é a indignação tantas vezes manifesta pelo senhor Gilmar Mendes, Presidente da mais alta corte do País, contra o que chama de “abusos” da Polícia Federal. O mesmo senhor que se posiciona contra o impedimento de candidaturas com processos por crimes comuns nas costas.

Pois bem, entre a máfia dos grupos privados citados na Operação Satiagraha, a cúpula palaciana de rabo preso e seus tentáculos no PT, as ramificações no Congresso Nacional, o esquema envolvendo jornalistas e órgãos de comunicação e o Presidente do Supremo Tribunal Federal, a sociedade certamente está solidária com os dois servidores públicos concursados, o juiz Fausto de Sanctis e o delegado Protógenes Queiroz.

Como se vê misturam-se nesta história além dos crimes previstos em Lei, interesses de grupos privados que se articulam como máfias com seus tentáculos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

É fundamental que as organizações da sociedade civil organizada, sobretudo as entidades representativas do funcionalismo público, manifestem-se publicamente em favor do juiz e do delegado, além de cobrarem uma apuração firme e transparente deste que pode ser um dos maiores escândalos do País.


* Artigo do jornalista e radialista Henrique Acker (21/7/2008)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Luz vermelha no Rio Grande do Sul

Por PLINIO DE ARRUDA SAMPAIO publicado no Jornal Folha de S. Paulo de 22 de Julho de 2008.

UMA LUZ vermelha se acendeu em todos os setores democráticos com a publicação da ata de uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul, dedicada à análise da situação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O motivo do alerta são as propostas aprovadas unanimemente pelos conselheiros: a primeira foi designar uma equipe de promotores para promover ação civil pública visando a dissolução do MST e a declará-lo ilegal.

A essa medida draconiana seguem-se outras: suspender deslocamentos em massa de trabalhadores sem terra; impedir a presença de crianças e adolescentes em marchas e acampamentos; investigar acampados e dirigentes do movimento por crime organizado e uso de verbas públicas; verificar ocorrência de desequilíbrio eleitoral nos locais de acampamentos e assentamentos, promovendo, em caso positivo, o cancelamento dos eleitores; intervir em três escolas mantidas pelo MST; verificar se há paridade entre assentamentos e empresas rurais na avaliação do Incra a respeito do cumprimento da função social da propriedade e da produtividade dos imóveis; desativar acampamentos próximos à fazenda Coqueiros.

A simples leitura dessa "Blitzkrieg" de medidas inibidoras da ação dos sem terra deixa perplexos os que se habituaram a ver no Ministério Público uma instituição formada por profissionais do mais alto nível, pois, além de evidentes inconstitucionalidades, o texto está vazado em linguagem imprecisa e, em alguns casos, evidentemente emprestada dos manifestos das organizações ruralistas mais reacionárias.

Isso ocorre no momento em que os cultores do Estado democrático de Direito estão preocupados com o ciclo de restrição das garantias e liberdades individuais e coletivas que surgiu com a desvairada reação norte-americana aos atentados do 11 de Setembro. Essa onda reacionária, que já se manifestou igualmente na França, na Itália e em outros países, parece estar chegando ao Brasil e precisa ser energicamente repelida.

Não será difícil para os advogados do MST barrar na esfera judicial as medidas propostas na infeliz reunião do Ministério Publico gaúcho. Por isso, não há necessidade de refutá-las uma a uma. O que, sim, demanda consideração pelas pessoas de formação democrática é o grave dano que a injustificada atitude de um braço estadual causa ao Ministério Público de todo o país.

Os constituintes de 1988, com plena consciência do passo que estavam dando, talharam de forma inovadora o capítulo do Ministério Público na Constituição Federal. Tratava-se de dotar o Estado brasileiro de uma instituição com poderes adequados à fiscalização e à promoção do cumprimento da lei.

Por isso, além das tradicionais atribuições relativas à perseguição criminal, o Ministério Público adquiriu poder para, na defesa de interesses coletivos ou difusos, acionar a Justiça contra pessoas jurídicas de direito privado, órgãos da administração pública e até Poderes do Estado.

A magnitude desse avanço na concepção do Estado democrático de Direito pode ser medida pela confiança que as organizações populares, as igrejas, os sindicatos, os partidos e os grupos de cidadãos, em todos os cantos do país, passaram a depositar nos promotores de Justiça.

Esse conceito tem um preço: imparcialidade, coragem, sintonia total com o texto e o espírito da Constituição. Explicam-se, pois, as manifestações de perplexidade e de indignação de entidades da sociedade civil e, inclusive, de associações de promotores de Justiça de várias partes do país diante do tom raivoso e sectário do Ministério Público gaúcho.

A proposta de jogar o MST na ilegalidade é insensata e revela crasso desconhecimento do papel que esse movimento desempenha no grave conflito agrário do país. Como a burguesia brasileira imagina que possa sobreviver uma população de milhões de pessoas sem terra para produzir o seu sustento, sem emprego no campo, sem emprego na cidade e sem reforma agrária?

Ao organizar a pressão dessa população, o MST lhes oferece a esperança que mantém a disputa dentro de parâmetros compatíveis com a vida democrática. Exagerar a gravidade dos atos de desobediência civil que o movimento promove para sensibilizar a opinião pública é estratégia dos grandes proprietários. Não tem o menor cabimento que um órgão do Estado a encampe.

As pessoas que têm elevada consideração pelo Ministério Público esperam uma reação enérgica dos membros da corporação contra o que constitui, sob qualquer ângulo de análise, uma deturpação das atribuições que a Constituição conferiu à instituição.
.............................................

PLINIO DE ARRUDA SAMPAIO , 78, advogado, é presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária) e diretor do "Correio da Cidadania". Foi deputado federal pelo PT-SP (1985-91) e consultor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação).

segunda-feira, 14 de julho de 2008

VIOLÊNCIA POLICIAL E DITADURA MILITAR

Números falam mais alto do que quaisquer argumentos. Vamos a eles: 1.330 pessoas morreram pela ação da Polícia do Estado do Rio de Janeiro em 2007 (população de cerca de 14 milhões). No mesmo período todas as polícias dos Estados Unidos juntas mataram 350 pessoas (população de 300 milhões). Só nos quatro primeiros meses deste ano 502 mortes estão debitadas na conta da Polícia do Rio, a esmagadora maioria justificadas como “autos de resistência”.

Jovens negros, de favelas, entre 15 e 24 anos, este é o perfil dos mortos no Rio. A matança é tão grande que chega a afetar a relação entre a população masculina e feminina no Estado, de acordo com os dados do IBGE. Mas também é comum crianças figurarem nas estatísticas da Polícia fluminense.

Os números são de guerra, uma guerra em que só morre gente de um lado. Raramente um policial é morto em confronto. Esse número vem caindo (foram 53 casos em 2004 e 23 em 2007), assim como o número de drogas e armas apreendidas e marginais detidos. É mais comum o assassinato de policiais fora de serviço ou quando estão exercendo outras funções, os chamados “bicos” para complementação salarial.

Nas ocasiões em que existe pressão da sociedade para a apuração das circunstâncias das mortes, quase sempre surgem evidências de execução das vítimas, já rendidas e desarmadas, como ficou atestado no caso das operações no morro do Alemão e adjacências no ano passado.

Política do chumbo grosso

Quando o governador Sérgio Cabral chama de “imbecis e débeis mentais” os policiais que assassinaram um menino de três anos de classe média, ele mesmo desmascara sua política de massacre policial. É dele a voz de comando afirmando em todo momento que estamos numa guerra e que a atual política de segurança vai continuar. Muitos outros meninos pobres das favelas já foram vítimas dessas operações, mas suas famílias pobres não têm apelo de mídia. Os PMs apertam o gatilho, mas quem dá ordem é Cabral, seu secretário de segurança e o comando da PM.

O perfil do policial fluminense é conhecido: despreparado porque ingressa na polícia militar apenas com a exigência de conclusão do segundo grau; destreinado porque em vez de passar o mínimo de oito meses numa academia de polícia fica em média três meses para receber o distintivo e a arma; mal remunerado porque seu salário não chega a R$ 1 mil.

A estrutura militar da PM só contribui para que essa corporação esteja cada vez mais corrompida e apartada da população. Quando são acusados de cometer crimes os PMs são julgados por uma junta militar, que via de regra os absolve. Assim, passam também a dever mais favores aos oficiais, que muitas vezes estão envolvidos numa teia de negócios de segurança privada (empresas de segurança, milícias, firmas de guinchos, etc).

Muitos oficiais, indicados por ligações com determinados políticos, fazem das tropas de seus batalhões uma verdadeira empresa, que levanta dinheiro nas ruas através da velha prática da extorsão a traficantes varejistas, motoristas, comerciantes, bicheiros, flanelinhas e tantos outros que tenham alguma dívida com a burocracia do Estado. Nessa cadeia de hierarquia o soldado fica com a menor parte, o oficial com parcela maior e o seu padrinho com a parte do leão.

Fio de continuidade

A instituição policial-militar não se justifica numa sociedade dita democrática. A PM atual herdou o que havia de pior do período da ditadura militar (1964-1985). Ela reproduz em larga escala o modus operandi da época, quando os opositores ao regime eram presos, torturados e mortos, mas suas mortes eram divulgadas como frutos de confrontos, os chamados “autos de resistência”.

Para que serve o auto de resistência? Para três fatores fundamentais: 1) Isentar a polícia pela responsabilidade de assassinato; 2) Desfazer a cena do crime e dificultar uma possível investigação, visto que os próprios policiais recolhem os “feridos” e os conduzem nas viaturas da polícia até hospitais; 3) Criar a imagem de que os policiais assassinos cumpriram com seu dever humanitário de prestar socorro aos “feridos”. Feridos aqui aparecem entre aspas, porque na verdade ou estão mortos ou sempre chegam mortos ao hospital.

Quando alguém está “encomendado” aparecem sempre armas (os chamados cabritos) e drogas encontradas com a vítima, forma de justificar a ação criminosa de grupos de extermínio que se escondem por trás das fardas.

Essas mesmas práticas são comuns nas polícias de outros estados. Naqueles em que conflitos por terra acontecem com maior intensidade é comum o latifúndio utilizar a tropa da PM como jagunçada que reprime os sem-terra. Nesses casos o “bico” preferido é servir de pistoleiro de fazendeiro.

Assassinato, tortura, intimidação, tudo isso faz parte da prática policial no País. Por outro lado nem dez por cento dos crimes comuns registrados em delegacias são apurados e elucidados pela Polícia Civil. Ou seja, as polícias como estão não servem sequer para dar conta das tarefas mais elementares que justificariam sua existência: esclarecimento de crimes comuns, investigação e desbaratamento de grupos de deliqüentes e policiamento ostensivo.

Passar a limpo

Não interessa às classes dominantes desmontar esse esquema, que está voltado para dar uma lição aos debaixo, a castigar os excluídos, a mantê-los em seu “devido lugar”. É a tradição escravocrata que segue imperando na sociedade brasileira, dividindo de forma bem evidente a Casa Grande da Senzala.

A pretensa “guerra” em que dizem estar envolvidos é apenas a repartição do bolo da venda de drogas e armas, o “arrego” combinado com traficantes varejistas e pés-de-chinelo que sequer sabem manejar as armas que compram. Quando o acerto entre policiais e traficantes vira alvo de disputa, a ordem é entrar no território dominado pelos comandos e “esculachar”. E quem mais sofre novamente são os moradores das favelas e periferias, alvos fáceis das “balas perdidas”.

Nessa guerra particular surge um novo elemento: a milícia. Formada por policiais, ex-policiais e até bombeiros, as milícias são gangues paramilitares toleradas pelo Estado como o “mal menor”, na disputa de territórios com os traficantes varejistas. Da mesma forma que o tráfico, exploram e cobram por serviços como “segurança”, gatonet, transporte alternativo e venda de gás nas comunidades.

Quando a violência policial e militar transborda das favelas e periferias para as ruas dos bairros, vitimando filhos da classe média, surgem os arautos da “paz”, com suas passeatas de camisas brancas, flores e discursos pacifistas demagógicos. Algumas ONGs e instituições organizam manifestos, mas tudo cai no esquecimento até que novos casos estampem as manchetes de jornais.

Fim da Polícia Militar

Essas instituições, assim como as Forças Armadas, não tiveram seu funcionamento questionado ou revisto ao final da ditadura militar e continuam operando completamente apartadas de qualquer prestação de contas ou de um regime transparente para a sociedade. Esquecem que são servidores públicos e que seus soldos e salários (magros) são pagos com os impostos arrecadados junto à população.

É preciso desfazer a aura que envolve as instituições policial-militares no Brasil. Não há como fazê-lo sem recuperar a história que levou ao surgimento e crescimento do aparato policial-militar na sociedade brasileira. Ou acaso esquecemos que a guarda militar (precursora da atual PM) foi criada para capturar “negro fujão”, ainda nos tempos do Brasil Império? Quem pode esquecer o papel político da Polícia Civil durante o Estado Novo? Por que motivo o patrono do Exército ainda é Duque de Caxias, que de pacificador não tinha nada? Por que até hoje a Marinha se nega a reconhecer direitos aos rebelados da Revolta das Chibatas e dos marinheiros de 1964?

Passar a limpo essa História é reconhecer que todas essas instituições precisam ser revistas e que não há justificativa para a existência de uma Polícia Militar. A PM precisa ser extinta e, em seu lugar, fundada uma nova polícia, subordinada exclusivamente ao Judiciário e eminentemente técnica. Todos os atuais policiais civis e militares envolvidos em crimes devem ser afastados e devidamente punidos, os demais reaproveitados. Novos concursos públicos devem oferecer salários e treinamento dignos, exigindo em troca uma formação universitária e dedicação exclusiva. As prioridades o sistema de policiamento podem e devem ser discutidos e avaliados em conjunto com as organizações da sociedade civil.

No caso das Forças Armadas cabe uma minuciosa apuração na tropa sobre os que tiveram envolvimento em crimes durante a Ditadura Militar, o afastamento dos envolvidos e sua punição por tribunais civis. É preciso também orientar o novo oficialato e a tropa num sentido patriótico e humanista, como uma força de defesa da Nação, que tem em seu território e seu povo os maiores valores.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

[SP] Arraiá do Pantaná

Por MTL-DI/SP e MULP



Dia 12 de julho haverá o Arraiá do Pantaná, festa de confraternização dos trabalhadores e lutadores do MTL-DI e do MULP (Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal da Zona Leste). Venha dançar quadrilha, desfrutar das comidas e bebidas típicas e conhecer a nossa luta! Rua Mucum no Jardim Pantanal às 18 horas.

Como Chegar: A Rua Mucum é travessa da Erva do Sereno, no Jardim Pantanal (esta rua é continuação da Av. Oliveira Freire) São Miguel Paulista, para quem vem de carro pode vir pela Marginal Tietê, Rod. Airton Sena até o Km 26 entrar São Miguel à esquerda atravessa a Av: José Arthur da Nova, na Av. Oliveira Freire, vire a esquerda sentido Itaim Paulista vai até o final;

De Ônibus pegar Vila Mara no Pq. D. Pedro ou metrô Penha e descer no ultimo ponto da Av. Oliveira Freire e seguir em frente até quase o final da rua.

Contatos:
Ronaldo 7378 0244, 6585 1157 e Vagner 7379 8860.

[GO] MTL-DI Conquista assentamento em Caçu!

Por MTL-DI Goiás

Na sexta-feira dia 04 de julho o MTL-DI conseguiu mais uma conquista na luta pela Reforma Agrária. Neste dia foi emitida a posse da fazenda de 650 hectares no município de Caçu, no sul de Goiás. Serão assentadas pelo menos 20 famílias conforme o módulo da região que está entre 16 ha (mínimo) e 20 ha (máximo).

A maior parte das famílias assentadas serão do acampamento Rosa de Luxemburgo de Cachoeira Alta. Foram dias de tensão, com vigília na porteira da fazenda e muita pressão. Em cada vitória parcial, se fortalece a luta pela transformação social.

Reformas agrária e urbana Já!

Quando o campo à cidade se unir,
A burguesia não vai resistir!

Movimentos agrários da Conlutas defendem a criação de uma Secretaria para o setor

Fonte: Blog do I Congresso da Conlutas

Os representantes dos movimentos agrários da Conlutas, que participam do Congresso, realizaram um encontro na manhã deste sábado, 5. O encontro deliberou pela defesa da criação de uma Secretaria do Setor Agrário da Conlutas e a realização de um seminário no mês de setembro. Estas reivindicações serão levadas à plenária geral do congresso.

Os mais de cinqüenta militantes presentes vieram de cerca de vinte acampamentos e assentamentos de todo o país. Estavam representados o MTLDI, MPRA, setores minoritários do MST e a Conlutas do Campo. Além da secretaria própria e da realização do seminário, os movimentos definiram também uma série de propostas que serão organizadas em um caderno e encaminhadas à Conlutas, como a discussão do modelo de produção, a oposição ao agronegócio, a própria relação com a Conlutas e o debate sobre o papel do INCRA.

Os gritos de guerra, tradição dos movimentos do campo, não faltaram: Se o campo não planta, a cidade não janta!, bradaram os lutadores. Para finalizar: Se o campo e a cidade se unir, a burguesia não vai resistir!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Por um Movimento Popular e Camponês combativo, democrático e independente

Por MTL-DI e MPRA

Nós, lutadores populares e socialistas, organizados no MTL-DI (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – Democrático e Independente) e no MPRA (Movimento Popular pela Reforma Agrária) estamos unidos em profundo debate sobre a necessidade de novas práticas no movimento social. Entendemos que o Brasil precisa de um novo movimento popular que erga as bandeiras dos trabalhadores do campo e da cidade, socialista e autônomo em relação aos partidos e governos.

Foi regra durante o século XX a degeneração das organizações, movimentos, partidos e estados da classe trabalhadora. Aqui no Brasil vimos como diversos movimentos antes combativos, estão hoje atrelados ao governo Lula, que faz reformas contrárias à população trabalhadora, aprofundando o que víamos sob o governo FHC. Não temos respostas definitivas, vacinas universais contra o vírus da burocratização. Mas tiramos algumas lições importantes de nossas experiências recentes.

O Movimento que queremos
Durante aproximadamente dois anos acumulamos algumas discussões sobre formas de organização que vão além da falsa direção democrática. Buscamos práticas que realizem o discurso da democracia interna, onde os dirigentes sejam submetidos ao controle da maioria. Defendemos um movimento que garanta a mais ampla possibilidade de defesa dos pontos de vista de qualquer minoria organizada.

Estimularemos a luta por terra, moradia, trabalho, educação, saúde e pelo fim de toda exploração, combinando as reivindicações pelos direitos do povo pobre com um programa de transformação revolucionária da sociedade. Para isso devemos combinar agitação política e ação direta com a organização de base dos trabalhadores, que politiza forma e dá consistência à construção do poder da classe.

Devemos superar a separação entre o trabalho intelectual e manual, entre os que pensam e os que fazem. Sem formação cotidiana de todos os membros, sem colocar à sua disposição as conquistas culturais e científicas da humanidade, não cumpriremos nosso papel libertário. Não podemos deixar de pé as colunas que sustentam o regime de opressão e exploração do homem pelo homem. Por isso temos de reconhecer que o machismo, a homofobia e o racismo não são privilégios da classe dominante. Estão em nosso meio e devem ser combatidos.

Queremos deixar do lado de fora o sectarismo e a auto proclamação. A luta dos trabalhadores é plural e reconhecemos e defendemos nossos irmãos organizados sob outras bandeiras. Suas tradições e histórias de luta também são nossas.

Fazemos a todos o chamado da esperança. Sempre discutimos que a esquerda, depositária das melhores tradições humanas de solidariedade e generosidade vivia um período de reorganização e balanço que estava apenas no seu início. Hoje vemos sinais importantes, tanto pela negativa quanto pela positiva, desse processo no Brasil e no mundo. No entanto, persistem nas novas organizações, ou partidos, os métodos que reproduzem o autoritarismo e ainda colocam a vontade dos dirigentes acima do debate e da discussão coletiva.

Nós fazemos um chamado aos movimentos e organizações para a construção de novas práticas de fato revolucionárias. Pretendemos traçar rumos que sejam ditados por trabalhadores em luta no campo e na cidade, por ninguém mais. E convidamos você a se integrar a esse esforço.

Pela reforma agrária e urbana, JÁ!

Por um Novo Movimento socialista, democrático e independente dos estados, dos governos e dos partidos!

Pelo socialismo e pela liberdade!


Degeneração do MTL
O MTL surgiu em 2002 pela unificação de três movimentos socialistas e contribuiu com radicalidade na luta e organização da parte mais empobrecida da classe. Infelizmente, o que vemos hoje é que muitos dos processos que levara à perda do PT, da CUT e da UNE corroeram nosso movimento. Uma parcela dele fez uma opção preferência pela luta eleitoral no PSOL, em detrimento à mobilização direta dos trabalhadores. Passou a vigorar um regime em que, mesmo sem fóruns de discussão e deliberação, uns poucos determinavam o que se devia fazer. Como conseqüência, o próprio regime interno do MTL foi corrompido, desaparecendo a democracia defendida em sua fundação. Em setembro de 2007, criamos o MTL-DI como sigla temporária para tocar nossas lutas, rumo a construção de um novo movimento.

O MTL-DI se articula no campo e na cidade em 5 estados, colocando os princípios que discutimos nesse panfleto como guia de militância cotidiana.
O MPRA organiza trabalhadores rurais pela reforma agrária no Triângulo Mineiro, buscando formar uma base consciente na sua luta. Procuramos novas práticas para valorizar a participação como critério primordial da democracia.

Em cada luta parcial em que nos encontramos, procuramos contribuir com radicalidade, apontando como cada uma delas se articula à luta pelo socialismo.

Contatos:
MTL-DI: mtlindependente@gmail.com | mtl.regionalsp@gmail.com |
MPRA: gentedaterra@gmail.com
Site: http://mtl-di.blogspot.com

I Congresso da Conlutas

O MTL-DI participou entre os dias 3 e 6 de julho do I Congresso da Cooordenação Nacional de Lutas [ Conlutas], na cidade de Betim, em Minas Gerais. As delegações de Minas, Goiás, São Paulo e uma representação do Ceará participaram do Congresso com a tese "Reafirmar a Conlutas como uma central sindical e popular", em conjunto com os companheiros do MPRA [Movimento Popular pela Reforma Agrária] e das organizações políticas CLS [Coletivo Liberdade Socialista], SR [Socialismo Revolucionário], AS [Alternativa Socialista] e ARS [Alternativa Revolucionária Socialista], de vários estados do Brasil.

Avaliamos como muito importante a participação neste fórum da esquerda combativa, e tivemos importantes furtos, como a participação da reunião dos movimentos Populares Urbanos, que deliberou a criação da Frente Nacional de Movimentos Urbanos, e a reunião dos movimentos do campo, que além de estreitarem laços, propuseram a criação de uma Secretaria Nacional Agrária da Conlutas.