MTL-Democrático e Independente

O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente (MTL-DI) é um movimento popular autônomo e independente de partidos e governos, que organiza trabalhadores do campo e da cidade, por terra, moradia e vida digna.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Destampar o bueiro da ditadura e arrancar a repressão pela raiz

Passados mais de vinte anos do fim da Ditadura Militar que usurpou o poder em 1964, com o apoio do governo norte-americano, pouco do que aconteceu nos porões do aparelho repressivo veio à tona até hoje. A Lei de Anistia foi usada pra tentar limpar a barra do governo militar, que àquela altura já sofria grande desgaste com o retorno da inflação e a política de arrocho salarial. Era o momento das greves operárias no ABC, das campanhas contra a carestia e pela Anistia.

De acordo com o ex-deputado Nilmário Miranda, quando a Lei da Anistia foi promulgada, havia mais de 300 mil pessoas vinculadas voluntária ou involuntariamente ao Serviço Nacional de Informações (SNI), apenas para delatar. Cerca de 15 mil trabalhadores perderam seus empregos por perseguição política, mais de mil sindicatos sofreram intervenção, 774 parlamentares tiveram seus mandatos cassados, quase 15 mil brasileiros foram exilados ou expulsos de seu país, enquanto aproximadamente, duas centenas perderam a própria cidadania. Há mais números: 424 pessoas perderam a vida, por ação direta ou indireta da ditadura (site www.dhnet.com.br).

Vejamos o que diz textualmente a Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, conhecida como Lei da Anistia:


“LEI Nº 6.683 - DE 28 DE AGOSTO DE 1979 - DOU DE 28/8/79 – Lei da Anistia

Concede anistia e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o congresso nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º
Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado).

§ 1º Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política”

Fica evidente, só pelo trecho acima, que a grande preocupação dos militares era preservar os membros do aparelho repressivo, evitando uma possível investigação e punição aos torturadores, seus mandantes e financiadores.

Expressão “crime conexo” aliviou torturadores

Em artigo publicado em seu sítio na Internet (www.comciencia.br) e intitulado “Após 25 anos, impunidade sugerida pela Lei da Anistia permanece”, a SBPC dá conta que “os militares acionaram uma interpretação específica da Lei de Anistia para impedir que fossem investigados, julgados ou punidos pelos crimes cometidos. A legislação previa anistia para aqueles que cometeram crimes políticos e conexos a estes. Os crimes políticos, pela definição instituída anteriormente na Lei de Segurança Nacional, seriam aqueles de caráter subversivo, praticados contra o regime militar.

Utilizando-se da expressão 'crime conexo', o governo conseguiu a extensão da anistia aos militares e civis ligados à repressão, impedindo, assim, que estes pudessem ser julgados.”No mesmo artigo a cientista política Larissa Brisola opina que "do ponto de vista jurídico, um crime conexo só pode ser entendido em relação ao crime principal. Os crimes cometidos pelos militares não poderiam, portanto, ser interpretados como crimes conexos aos crimes políticos, o que seria um paradoxo do ponto de vista da definição criada pelos próprios militares".

Agora, com o pedido de prisão de 140 dos maiores responsáveis pelas ditaduras na América do Sul, por uma juíza italiana, em função do assassinato de 25 cidadãos italianos pelos regimes militares, volta à tona o debate sobre aquele período. O Brasil tem 13 nomes citados, entre ex-presidentes, ex-ministros e chefes do SNI e das Forças Armadas.

A ditadura brasileira foi a pioneira naquele período e sabidamente exportou tecnologia de tortura para outros países, como Chile, Uruguay e Argentina. No entanto, o tema permanece esquecido no país, como se não tivesse maior importância e fosse possível passar uma borracha em 21 anos de História. Não se deve esquecer que tudo isso contou com o apoio político e material do governo norte-americano e seu secretário de Estado, Henry Kissinger.

Confissão de crime

As declarações do general-de-divisão da reserva, Agnaldo Del Nero Augusto, são mais uma prova de que a Operação Condor existiu, como uma espécie de multinacional da repressão e do assassinato político na América Latina. Segundo ele “a gente não matava. Prendia e entregava. Não há crime nisso.” Del Nero se referia aos casos de Horacio Domingos Campiglia e Lorenzo Ismael Viñas, cidadãos argentinos com nacionalidade italiana, que foram presos pelos agentes de segurança no Brasil e entregues ao governo militar da Argentina.

Ao comentar a atitude da Justiça italiana o general Del Nero simplismente confessa o crime, desconsiderando totalmente os tratados internacionais que garantem direitos elementares a qualquer cidadão dentro e fora de seu país.

Mais grave que a prática de prisão ilegal, tortura, assassinato e desaparecimento de presos políticos, foram as conseqüências que a política de Segurança Nacional deixou em todo o aparelho repressivo do Estado. Hoje o que assistimos nas incursões policiais em favelas e periferias das grandes cidades nada mais é que a popularização dos métodos comumente utilizados pela repressão na ditadura militar.

A botinada na porta de barracos, a invasão de domicílio, o roubo de pertences, a tortura, a prática de “socorrer” as vítimas e desfazer o local do crime, o registro dos “autos de resistência” para justificar a morte dos “oponentes” (muitas vezes inocentes), nada mais são que as mesmas práticas usadas pelos policiais, militares e agentes do terror durante a Ditadura.

Cortar o mal pela raiz

Destampar o bueiro da Ditadura no Brasil não é apenas uma necessidade histórica para passar o país a limpo e punir os responsáveis diretos e indiretos pelos crimes cometidos contra a Humanidade. É, acima de tudo, meter o dedo na ferida do aparelho repressivo e de suas práticas, acabando de vez com a militarização policia e de repressão generalizada contra o nosso povo.

Essas práticas odiosas estão presentes nos conflitos de terras, com PMs contratados por latifundiários, nas greves quando seguranças e capangas armados fazem provocações e tentam desbaratar piquetes, nas comunidades de favelas com as incursões policiais que geram as “balas perdidas” e os assassinatos de jovens negros e na corrupção generalizada da polícia, incentivada e acobertada por seus dirigentes.

Apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar é o primeiro passo para limpar o aparelho de repressão em nosso País. A raiz da podridão das nossas polícias pode ser compreendida a partir do que se passou naquele período. É preciso arrancá-la.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Manifesto em apoio a Dom Cappio e contra a transposição do rio São Francisco

MANIFESTO*

Não ao atual projeto de transposição do rio São Francisco
Pela vida de D. Luiz Cappio, pela vida do rio São Francisco

Nós abaixo assinados viemos a público repudiar o atual projeto dogoverno federal da transposição do Rio São Francisco. Esse projeto é faraônico, não é democrático, porque não democratiza o acesso à água para as pessoas que passam sede na região semi-árida, distante ou perto do rio São Francisco.

O governo alega que vai levar água para 12 milhões de sedentos. O projeto, na verdade, pretende usar dinheiro público para favorecer empreiteiras, o agronegócio, privatizar e concentrar nas mãos dos poucos de sempre as águas do Nordeste, dos grandes açudes, somadas às do rio São Francisco.

A transposição tem muito pouco a ver com a seca. Tanto que os canais do eixo norte, por onde correriam 71% dos volumes transpostos, passariam longe dos sertões menos chuvosos e das áreas de mais elevado risco hídrico. E 87% dessas águas seriam para atividades econômicas altamente consumidoras de água, como a fruticultura irrigada, a criação de camarão e a siderurgia, voltadas para a exportação e com seríssimos impactos ambientais e sociais. Todas estas implicações não foram transparentemente discutidas com as populações envolvidas como os ribeirinhos, os pescadores, osindígenas, os quilombolas e a comunidade científica.

O atual projeto não toma em conta alternativas mais baratas, mais viáveis e mais eficazes para um número maior de pessoas. O projeto oficial custaria mais de 6 bilhões de reais, atenderia apenas a quatro Estados (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará) beneficiando 12 milhões de pessoas de 391 municípios. Um projeto alternativo elaborado pela Agência Nacional das Aguas (ANA) e o Atlas do Nordeste custaria pouco mais de 3 bilhões de reais, atingindo nove estados (Bahia, Sergipe, Piauí, Alagoas, Pernambuco, Rio do Norte, Paraíba, Ceará e Norte de Minas), beneficiando 34 milhões de pessoas de 1356 municípios. Cabe ainda lembrar a Articulação do Semi-Árido (ASA) que se propõe a construir um milhão de cisternas, tendo já construído 220 mil que atenderiam às áreas mais áridas e isoladas da região.

O projeto de transposição vem sendo conduzido de forma arbitrária e autoritária: os estudos de impacto são incompletos, o processo de licenciamento ambiental foi viciado, áreas indígenas e quilombolas são afetadas e o Congresso Nacional não foi consultado como prevê a Constituição.

Há 14 ações que comprovam ilegalidades e irregularidades ainda não julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. Mas o governo colocou o Exército para as obras iniciais, abusando do papel das Forças Armadas, militarizando a região. A decisão do TRF (Tribunal RegionalFederal) da 1ª Região, de Brasília, de dez de dezembro deste ano, obrigando a suspensão das obras, comprova o caráter problemático do projeto governamental.

São tais fatos que sustentam o jejum e as orações do bispo de Barra(BA), dom Luiz Cappio, pessoa humilde, aberta ao diálogo e amigo dos pobres que há mais de 30 anos convive com os problemas do Vale do São Francisco. Ele está oferecendo sua vida para que o povo e o rio tenham mais vida. Apoiamos seu gesto profético, digno dos discípulos de Jesus. A alternativa do Presidente Lula é falsa: entre os pobres e o bispo fico do lado dos pobres. A verdadeira alternativa é: entre os pobres e o hidronegócio nós ficamos do lado dos pobres.

*Este Manifesto é subscrito por mais de 800 movimentos sociais e personalidade brasileiras e estrangeiras


Para mais informações:
Uma vida pela vida .. Jornal Brasil de Fato .. Comissão Pastoral da Terra

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

[MG] MPRA ocupa latifúndio em Comendador Gomes

Por MPRA

O Movimento Popular pela Reforma Agrária - MPRA - comunica a todos e todas companheiros de luta a ocupação bem sucedida de uma área no município de Comendor Gomes na madrugada do dia 16/12. A fazenda, de aproximadamente 600 alqueires era sub utilizada para criação de gado, estando praticamente abandonada. Hoje ocupam a área 90 famílias que já
se preparam para produzir nas vizinhanças do acampamento.

Apesar do avanço que significa a ocupação de uma área improdutiva por trabalhadores, entendemos que a Reforma Agrária de mercado praticada hoje pelo governo de Luís Inácio, em vergonhosa continuidade ao projeto de FHC, não corresponde às necessidades da sociedade brasileira e, principalmente, da classe trabalhadora. Hoje se pratica a desapropriação
com indenização - superfaturada - simplesmente para conter o avanço da
luta no campo e para inflar os números do governo. Os assentamentos de Reforma Agrária não contam com uma política consistente de estruturação que capacite o produtor para realmente produzir e viver de seu trabalho na terra, o que resulta na triste realidade que hoje observamos: a maioria dos assentamentos se tornam verdadeiras favelas rurais.

Mas, não poderia ser diferente com implementação de uma política agrária de mercado elaborada pelo Banco Mundial e demais agentes do capital. A Reforma Agrária que defendemos passa obrigatoriamente pela limitação da propriedade rural, para que não tenhamos fazendas do tamanho de países; zoneamento da produção agrícola, para que a amazônia não vire pasto ou monocultura; expropriação (e não desapropriação) sem pagamanto de indenização, para corrigir o enorme abismo da desigualdade social e capacitação, para que o trabalhador possa produzir e viver do trabalho na terra.

Saudações com lutas,
Movimento Popular pela Reforma Agrária - MPRA

"Crime de rico a lei encobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos
Somos iguais a todos os seres
Não mais deveres, sem direitos
Não mais direitos, sem deveres"

(A Internacional)

domingo, 16 de dezembro de 2007

Polícia violenta moradores em reintegração de posse

MTL-DI: Solidariedade às famílias despejadas em São Paulo.


Eduardo Sales de Lima
Agência Brasil de Fato


Em clima tenso, uma parte dos 4 mil moradores da favela Real Parque, Zona Sul de São Paulo, sofre ação de reintegração de posse desde a manhã desta terça-feira (11). Um grupo bloqueou por algumas horas o tráfego na pista expressa da Marginal Pinheiros, uma das principais vias da cidade. “A favela está cercada e os policiais tomaram todos os becos. Estão derrubando os barracos com todos os objetos dentro”, afirmou ao Brasil de Fato Paula Tadaka, integrante do movimento hip-hop e que se encontrava no interior da favela. A Real Parque não possui uma associação de moradores.

Segundo ela, a prefeitura de São Paulo mentiu quando informou que teria enviado um representante para entregar o documento da reintegração de posse e que os moradores não a teriam deixado entrar na favela. “Ninguém da prefeitura propôs uma alternativa de moradia às pessoas, que estão sendo mandadas a albergues”, denuncia Tadaka.

O terreno ocupado pelas famílias pertence à estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE), que conseguiu na Justiça a reintegração. O mandado judicial foi expedido em 9 de novembro pelo juiz Edson Luiz de Queiroz, da 3ª Vara Civil do Fórum Regional de Santo Amaro.

“Limpeza Urbana”

Enquanto a mídia corporativa destacou ao longo do dia que a reintegração de posse e a manifestação dos moradores da favela Real Parque provocaram congestionamento de mais de 30 km em toda capital paulista, o processo de reintegração gerou mais problemas. A truculência da ação policial deixou diversos feridos com bala de borracha e estilhaços de gás lacrimogênio.

O bloqueio total da Marginal Pinheiros durou cerca de cinco minutos, tempo suficiente para que a polícia reagisse usando gás de pimenta. O capitão que comanda a ação negou que a ocorrência de agressões e afirmou que o maior problema era a presença de mulheres e crianças.

Gisele Vieira de Lima era um desses problemas do capitão. Foi ferida nas nádegas e na perna com balas de borracha e no joelho com estilhaços de bomba de gás lacrimogênio. No final desta tarde, dentro da favela, os policiais alternavam momentos de ataque e de calmaria. Segundo o sociólogo Tiarajú Dandréa, que estava presente no local, uma moradora da favela teve aborto espontâneo em conseqüência da repressão policial.

Tiarajú seguiu, nesta tarde, com um grupo de moradores feridos da Real Parque até a Defensoria Pública de Santo Amaro para relatarem a repressão do Estado. Depois, foram até a 3ª Vara Civil do Fórum Regional de Santo Amaro para pedir um “ato desagravo” sobre a reintengração de posse e interromper a ação. Para ele, a ação faz parte de uma política de limpeza urbana, instituída pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL), sobretudo na região sudoeste da capital paulista.


Área reintegrada do Real Parque permanecerá vazia

A estatal proprietária do terreno, Emae, pretende colocar vigilantes no local para impedir ocupações; mais de mil famílias ficarão desabrigadas

Eduardo Sales de Lima
Agência Brasil de Fato


A estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), ligada ao governo de José Serra (PSDB), não tem planos para utilizar a área de onde mil famílias estão sendo despejadas, na favela Real Parque, zona sul de São Paulo.

A informação foi confirmada pelo setor de Comunicação da Emae. "Ainda não há planos para o terreno. A área será cercada e haverá vigilância 24 horas", diz resposta encaminhada à redação do Brasil de Fato. A Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo também declarou que não existem, até o momento, projetos para a área. “É uma área de risco e a entrada do período chuvoso poderia desencadear desabamentos", justificou a Emae. No entanto, algumas famílias estavam no local há mais de 10 anos.

Na quinta-feira (13), moradores fizeram uma manifestação em frente ao prédio da estatal. A segunda fase do despejo de parte da favela Real Parque estava prevista para esta sexta-feira (14), mas segundo informações do sociólogo Tiarajú Dandréa, a EMAE garantiu à defensoria pública que não ocorrerá ação de despejo pelo menos até a próxima sexta-feira, 21. Na primeira, das três fases de reitegração de posse programadas, 70 famílias foram desabrigadas com truculência pelos soldados da Polícia Militar. Barracos foram queimados e moradores ficaram feridos com bala de borracha e estilhaços de gás lacrimogênio. Em meio à violência, uma grávida sofreu aborto espontâneo. No total, mil famílias serão despejadas.

Um grupo de 80 moradores realizou também outro protesto, na quarta-feira, 12, em frente à Prefeitura de São Paulo para pedir uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL). Depois de duas horas de chuva, receberam a informação de que não seriam recebidos. Também não teve sucesso a tentativa de diálogo com representantes da Secretaria de Habitação.

Acesse o sítio do Jornal Brasil de Fato na Internet:
http://www.brasildefato.com.br/

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Povão paga a farra da usina do Rio Madeira

Por Henrique -RJ

Energia produzida a preço mais barato!? Mágica? Não! O que explica a vitória do consórcio que arrematou o direito de exploração da energia gerada pela usina hidrelétrica do Rio Madeira é a velha associação entre capital estatal e capital privado. Uma nova modalidade da velha sociedade. Furnas e Cemig (uma estatal e outra uma empresa estatal de Minas) entram para executar as obras e toda a infra-estrutura, mas ficam com 49% do capital do consórcio. Quem manda mesmo é a sociedade entre as construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez e os bancos Banif e Santander que, juntos, detêm 51% do capital. Deu para entender?

Ou seja, os gastos com o pesado (calculados em R$ 10 bilhões) serão desembolsados por nós, contribuintes, que sustentamos as empresas estatais com os impostos que pagamos. Mas o lucro, calculado em R$ 30 bilhões durante trinta anos, ficará com os grupos empresariais. Assim é fácil entender a “mágica” que cercou o surpreendente resultado, que colocou os preços da energia gerada tão abaixo do esperado pelo próprio governo.

O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, admitiu inclusive que nem o governo tinha parâmetros mais claros para definir o custo da geração de energia em empreendimentos da magnitude da usina do Rio Madeira. Mas, quando os repórteres presentes ao leilão perguntaram aos representantes do consórcio vencedor como explicavam a engenharia da redução de tarifas, o próprio ministro tomou a frente dos empresários e respondeu que aquele era um assunto privado das empresas e que não precisaria ser divulgado.

Um consórcio formado com 49% de participação de capital estatal não tem explicações a dar á opinião pública? O ministro é porta-voz do governo ou dos empresários? Tá explicado... A conta de luz pode até sair um pouco mais baratinha (o que não é garantido, mas foi anunciado), porque o lucro estrondoso das empresas privadas compensa. Toda esta farra tem um fiador: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma espécie de paizão das grandes empresas, que poderá financiar até 75% do valor das obras. E mais, para a exploração deste tipo de negócio naquela região as empresas recebem uma gorda fatia de isenção de impostos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

[GO] CARTA À POPULAÇÃO DE RIO VERDE

Por MTL-DI Goiás

FAZENDA FORTALEZA PARA REFORMA AGRÁRIA.
NÃO PARA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E LAVAGEM DE DINHEIRO.



Porque ocupamos a fazenda fortaleza água branca, em nome da empresa Suissa sociedade agropecuária LTDA de propriedade do SR. Henrique Marcelo Lamberti, morador de São Paulo.
A fazenda fortaleza é um latifúndio de 1.100 há que desde 2005 esta seqüestrado pela justiça federal, por uma ação empetrada pelo Ministério Público Federal, em favor da fazenda pública federal, por suspeita de lavagem de dinheiro, evasão de divisa e sonegação de imposto.
Os processos correm em segredo de justiça no TRF de Curituba-PR, na 2ª vara criminal, processo de seqüestro nº2005/70.00.011876-0, ação penal nº2005/70.00.009240-0 PR, representação criminal nº 2005/70.00.018338-6 PR, exceçao de incompetência criminal nº2005/70.00.029509-7 PR, representação criminal nº2006/70.00.008304-9 PR representação criminal nº 2006/70.00.011063-6 PR.
Enquanto o proprietário usa a propriedade para acumulação de riqueza de forma ilícita lavando dinheiro, sonegando imposto enviando dinheiro para o exterior sem pagar imposto, no município de Rio Verde e no estado de Goiás e no Brasil. Esses recursos deveriam ser aplicado para melhorara a educação, a saúde, a moradia, a infra-estrutura, e outras necessidades da população.
Milhares de sem terras estão acampados as margens das rodovias vivendo em situações precárias, com dificuldades para estudar e trabalhar, vivem a espera que a reforma agrária seja realizada. Pedimos providencias as autoridades e o judiciário para que agilize o julgamento do processo, e esperamos que ocorra condenação e a justiça arrecade o imóvel e repasse para o INCRA, para transforma a fazenda fortaleza em assentamento de reforma agrária.
A área tem capacidade de assentar mais de 40 famílias, que vai alimentar mais de 150 pessoas, gerando renda para as famílias e imposto para a Cidade de Rio verde e Região, além de produzir alimento mais barato sem agrotóxicos para o consumo da população.

Solicitamos ao INCRA que interceda junto ao judiciário para que a fazenda seja imediatamente destinada para reforma agrária com objetivo de assentar as família que estão ocupando a área.

Ressaltamos que 60% de todo alimento que vai para a mesa dos Brasileiros, é produzido pelos trabalhadores da agricultura familiar, assim distribuído 84% mandioca, 52% do leite, 67% feijão, 49% milho, 40% aves e ovos, 58% suínos representando 10% do PIB brasileiro, a cada 04 empregos gerado no campo 03 são da agricultura familiar(dados INCRA e EMBRAPA). Com base nos dados apresentados demonstra que a Reforma Agrária é necessária e viável. Portanto, é preciso aumentar este percentual para baixa os preços para os consumidores.
Os grandes fazendeiros gestores do agronegocio produzem para exportação, não si importado com a alimentação dos brasileiros e sim com os dólares, utilizam sementes trangenicas aonde somente eles tem o controle da patente, sem se preocupar com os danos a saúde e ao meio ambiente, assim como também os agrotóxicos, com objetivo de aumentar seus lucros fraudam os alimentos colocando soda caustica e água oxigenada como é o caso do escândalo do leite contaminado não si importando com a saúde dos consumidores e sim com os lucros.

TERRA PARA VIDA, E NÃO PARA O ENRIQUECIMENTO DE FORMA ILICITA.

COORDENAÇÃO ESTADUAL - MTL-DEMOCRÁTICO E INDEPENDENTE /GO

[SP] Prefeitura de Carapicuíba segue atacando a população pobre

Por MTL-DI São Paulo



O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente, regional São Paulo repudia às ações da Prefeitura de Carapicuíba (Região Oeste da Grande São Paulo) que ao invés de resolver o grave problema habitacional do município (um dos mais graves do estado) tenta comprar com esmolas o silêncio da população favelada.


Segue abaixo o texto do panfleto que estamos dstribuindo na cidade:


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Prefeitura ameaça e tira a casa dos pobres

Há quase um ano nós, moradores da comunidade ao lado da Cohab 9, estamos sofrendo ameaças da Prefeitura de forma ilegal. Um sujeito de nome Adão, que se diz funcionário da prefeitura, com seus capangas e usando carros com emblema da prefeitura, vão frequentemente à comunidade oferecendo R$ 1500,00 para derrubarem os barracos. Derrubam na frente das famílias, queimam ali mesmo, causando perigo de incêndio e intoxicando as crianças. Após a violência afirmam que quem não aceitar o dinheiro vai sair de qualquer jeito. Contam com a ajuda de Sinésio, que se diz advogado do prefeito.

Moramos em barracos nesse local a 4 anos, não por que queremos, mas porque não temos alternativas. O desemprego atinge grande parte da população e não existem projetos de moradia por parte da prefeitura. São milhares e milhares de cidadãos de Carapicuíba que não têm onde morar!

Já fomos à Câmara dos Vereadores duas vezes, organizados no Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL-DI), denunciamos e pedimos diretamente aos vereadores da base do prefeito uma audiência. O vereador Elias Cassundé se compremeteu a marcar uma reunião. E até agora nada! Não somos palhaços, e nossos barracos continuam sendo queimados!

Só que não vamos desistir! Nós vamos à prefeitura e vamos resistir até o fim! De onde vem esse dinheiro, R$ 1500,00 para cada família? Estão usando dinheiro dos seus impostos para cometer injustiças!

Convocamos os cidadãos de Carapicuíba a se unirem a nós nessa luta. Enquanto milhares moram em áreas de risco e favelas, sem perspectivas para o dia de amanhã, o prefeito e os ricos deitam e rolam, exploram o povo para defender os seus interesses.

Chega de injustiça. Exigimos da Prefeitura um projeto de reforma urbana que dê teto a população mais pobre e condições mínimas para as famílias.
Nenhuma família sem-teto em Carapicuíba!
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O Movimento Terra Trabalho e Liberdade – MTL (Democrático e Independente) ajuda a organizar os trabalhadores em vários estados do Brasil para conquistar os seus direitos e por uma sociedade justa e igualitária, o socialismo. Não temos vínculo partidário ou eleitoral e somos independentes de qualquer governo ou prefeitura.