MTL-Democrático e Independente

O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente (MTL-DI) é um movimento popular autônomo e independente de partidos e governos, que organiza trabalhadores do campo e da cidade, por terra, moradia e vida digna.

segunda-feira, 31 de março de 2008

[GO] NÃO PEMITIREMOS QUE O INCRA TRANSFORME-SE EM UM ESCRITÓRIO DO AGRONEGÓCIO

Por Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente
MTL-DI

http://mtl-di. blogspot. com mtl.regionalsp@ gmail.com

MTL-DI OCUPA INCRA DE GOIÁS
NOTA A IMPRENSA

Cerca de 200 trabalhadores/ as sem terras organizadas no MTL-DI, Movimento Terra Trabalho e Liberdade – Democrático e Independente, ocuparam na madrugada de domingo para segunda(31/03) a superintendência do Incra em Goiânia.

O Movimento vem a público repudiar o método utilizado pelo governo LULA, nas nomeações para os órgãos federais. No caso da superintendência do INCRA REGIONAL, a exoneração e a nomeação do novo superintendente não foi precedida de uma avaliação política da gestão anterior, tão pouco de critérios de nomeação do novo superintendente. O Sr. Rogério é um ilustre desconhecido, sem militância na questão agrária, e não tem diálogo com os movimentos sociais que atuam na luta pela REFORMA AGRÁRIA, não tem conhecimento técnico, muito menos jurídico do que ocorre no INCRA.

As trocas de comando que o governo LULA vem promovendo nas superintendências do INCRA, e em particular a nomeação de um odontólogo com histórico de militância na direita reacionária, ligada ao agronegócio no estado de Goiás, integrante dos quadros do PTB de ROBERTO JEFERSON. Isso demonstra por parte do governo o abandono completo, do projeto de realização da reforma agrária. Faz uma opção pelo agronegócio e pelo projeto neoliberal, privilegiando os banqueiros e os grandes latifundiários produtores de monoculturas para exportação em detrimento da agricultura familiar, que é a base da agricultura do Brasil.

Optando por políticas compensatórias de caráter assistencialistas, como o programa bolsa família que promove no campo o empobrecimento das famílias e o inchaço das cidades. A agricultura camponesa é responsável por 60% de todos os alimentos que chegam as mesas da população brasileira e é responsável por três de cada quatro empregos gerado no campo. Só uma Reforma Agrária ampla e massiva, com a assistência técnica permanente e universal e o investimento em políticas mais eficazes para os agricultores familiares poderá resolver essa problemática.

O governo lula entregou a superintendência do INCRA em Goiás para a direita, em troca de apoio no congresso, para garantir a tal da governabilidade, não se importando com as conseqüência para as milhares de famílias sem terras acampadas as margens das rodovias e os assentamentos sem assistência técnica, sem infra-estrutura.

Os deputados federais do PT representantes do estado foram coniventes com essa ação, virando as costas para os seus velhos companheiros.

PORTANTO NÃO PEMITIREMOS QUE O INCRA TRANSFORME-SE EM UM ESCRITÓRIO DO AGRONEGÓCIO.

Além destas questões estamos apresentando uma pauta de reivindicações com as demandas das famílias assentadas e acampadas.

Pedidos de vistorias, liberação de créditos, infra-estruturas, viabilização das escolas de educação do campo, lonas para os acampamentos e as cestas básicas.


Joselito da Silva pela Coordenação do MTL-DI em Goiás

Contato: (62) 8412 6373
Conlutas Goiás: (62) 3093 7572

E-mail:
mtl.regionalsp@ gmail.com
Site: http://mtl-di. blogspot. com

Pauta com demandas específicas apresentada pelo MTL-DI

1- Liberação dos créditos habitação, convênio de assistência técnica para o PA Sonho Real no município de Caçu. É preciso resolver a licença de desmatamento das parcelas, as famílias não tem mais como esperar. Existe duas parcelas devolvidas no P.A sonho real, é preciso legitimar novas famílias. Reivindicamos a presença da equipe técnica responsável pelo assentamento.

2- Urgência no encaminhamento do processo para ajuizamento dos TDA,s da Fazenda Frupegue, Santa Bárbara da Pedra Branca em Itarumã para que as mesmas possam ser encaminhadas para ajuizamento dos TDA,s.

3- Urgência no encaminhamento do processo da Fazenda Cervo Macuco para ajuizamento dos TDA,s.

4-Urgência no encaminhamento dos kit,s decreto das Fazendas Bela Vista no município de Itarumã, e também as Fazendas de cima capim puba(são duas fazendas com o mesmo nome) localizadas no município de Faina.

5- Urgência na conclusão do laudo da vistoria da Fazenda Guarany no município de Goiás.

6- Definição do tamanho das parcelas do P.A Terra e Liberdade já que a topografia e o PDA já si encontra em estágio avançado, reivindicamos a presença dos técnicos que estão elaborando o PDA para participarem na discussão do ponto.

7- Reivindicamos a construção de uma escola para técnicos agrícolas na linha agroecológica no PA terra e liberdade em Jataí. Pois , precisamos dar funcionalidade para a estrutura do P.A

8- Liberar os créditos instalação para as famílias que já estão com os nomes liberado pelo SIPRA. Que estejam morando no pré-assentamento, reivindicamos presenças da equipe de cadastro no ponto a ser discutido.

9 - Solicitamos o fornecimento de 30 bobinas de lonas para os acampamentos.

10- Reivindicamos informações sobre a audiência com o Juiz de Curitiba para tratar da questão da Fazenda fortaleza no município de Rio Verde. Solicitamos a presença do Dr. Noemi.

11- Solicitamos como prioridade as vistorias das Fazendas Rio preto do Rochedo no município de Rio Verde, Fazenda de cima no município de Faina, e a Fazenda Faina no município de Faina.

12- Reivindicamos junto a equipe do PRONERA- INCRA, UEG o planejamento semestral do projeto de alfabetização, no sentido que se faça gestão (valor total do convênio, previsão de gastos com pessoal, material didático, acompanhamento, capacitação). Reivindicamos também, resposta sobre o projeto de escolarização 1º seguimento(1º a 4º série),enviado demanda para INCRA e UEG desde 2005, como também o projeto de técnicos agrícolas aonde iniciou-se uma conversa com a reitoria da UEG desde 2005. Reivindicamos a presença da equipe do PRONERA-INCRA e da UEG.

13- Reivindicamos a realização do seminário sobre educação do campo solicitado pelo coletivo de educação e formação política do movimento desde 2005 para o INCRA, e deliberado em reunião pelo INCRA, UEG, FUNCER e Movimentos.

14- Distribuição das cestas básicas para todos os acampamentos.
Assinam pelo Movimento Terra Trabalho e Liberdade- Democrático Independente:

Joselito da Silva, Coordenação Nacional
Geraldo Câmara, Coordenação Nacional
Lena Norberto, Coordenação Estadual
Leia Lúcia, Coordenação Estadual

LULA ABANDONA O PROJETO DE REFORMA AGRÁRIA

GOVERNO LULA, prioriza o agronegócio e os banqueiros e abandona o programa de reforma agrária. Incentivando a monocultura da soja com objetivo de exportar os grãos para fabricar ração para alimentar o gado dos Europeus. Chama os usineiros de heróis, os mesmos que mantém trabalhadores escravos no corte de cana. O objetivo do incentivo ao aumento da produção de etanol para fornecer para os americanos com custo do sangue dos trabalhadores brasileiros, o efeito dessa política já constatamos o aumento dos preços do óleo refinado, o feijão.

Enquanto a política de reforma agrária é apenas a distribuição de lotes para conter a tensão social, o governo não mexeu uma vírgula na legislação agrária para agilizar o processo de obtenção de terra. Mantém a medida provisória que proíbe vistoriar terras ocupadas, não atualizou os índices de produtividade, estes são alguns exemplos do abandono dos compromissos histórico com a reforma agrária.

O processo de substituição do superintendente do Incra demonstra que o governo pretende entregar o INCRA, para os setores do agronegócio, não se importado com os milhares de sem terras que estão a espera de um lote as margens da rodovia.

PORTANTO, NÃO PERMITIREMOS QUE O INCRA, SEJE TRANSFORMADO EM UM ESCRITÓRIO DO AGRONEGOCIO.

EXIGIMOS MUDANÇAS NA POLÍTICA AGRÁRIA

- CONCURSO PÚBLICO PARA CONTRATAÇÃO DE NOVOS SERVIDORES E ATENDIMENTO DE SUAS REIVINDICAÇÕES.
- REESTRUTURAÇÃO DO INCRA E AGILIDADE NOS PROCEDIMENTOS.
- REVOGAÇÃO DA MEDIDA PROVISORIA.
- ATUALIZAÇÃO DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE.
- LIMITAÇÃO DO TAMANHO DAS PROPRIEDADES EM NO MÁXIMO 1.000 HA .
- RITO SUMARIA PARA JUGAMENTO DOS PROCESSOS REFERENTE ÀS QUESTÕES AGRÁRIAS.
- ASSISTÊNCIA TÉCNICA PERMANENTE E UNIVERSAL.
- EDUCAÇÃO DO CAMPO PERMANENTE E UNIVERSAL PARA TODOS OS NÍVEIS.
- CRIAÇÃO DE VARAS ESPECIAIS AGRÁRIAS.
- ESTATIZAÇÃO DOS CARTÓRIOS.



PROPOSTA DE MUDANÇAS NA SUPERIENTENDENCIA PARA AGILIZAR OS PROCEDIMENTOS

Agilidade e desburocratizaçã o no processo do SIPRA, toda documentação deve ser retirada pelo Incra, após o movimento apresentar RB.

Agilidade e desvinculação das prefeituras para realização dos projetos e execução da inflaestrutura nos assentamentos. Prazo máximo 180 dias.

Agilidade para liberação das licenças ambientais para os assentamentos, prazo de no máximo 90 dias.
PDA(Plano de Desenvolvimento do Assentamento) , realizado pelo INCRA, ou então o INCRA se responsabiliza pelo pagamento dos técnicos terceirizados.

Definir critérios de vistorias para evitar duplicidade de pedidos por mais de um movimento. E definir cota por cada movimento e prioridade.
Apresentação do orçamento total do INCRA, por áreas de obtenção, assistência técnica, vistorias, gerenciamento etc.

Criar uma forma de identificação para a coordenação do movimento, para que possam encaminhar as demandas sem que tenham que esperar na sala do cidadão, pois tratamos de demandas coletivas.

As demandas dos acampamentos e assentamentos devem ser tratadas somente com as direções estaduais do movimento.

O INCRA devera atender segunda, terça e quarta no horário integral ao público e quinta e sexta, trabalho interno com atendimento na sala do cidadão, com a presença de servidor do INCRA capacitado e dinâmico para resolver os problemas que aparecerem.

Organizar salas com mesas e cadeiras para que os servidores possam receber os trabalhadores e fazer reunião, no sentido de dar encaminhamento as demandas.

Intervenção do INCRA junto a CAIXA ECÔNOMICA, para que os recursos disponíveis provenientes do FAT, para complementar o crédito habitação para todos os movimento sem distinção.

Combater sem trégua as vendas, arrendamentos, permutas e abandono de parcelas.


Goiás, 31 de março de 2008

Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente
MTL-DI - Goiás

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quinta-feira, 27 de março de 2008

SINTUSP: Solidariedade à luta dos trabalhadores de Campo Florido

Por Sintusp

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) vem a público manifestar sua solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido, entidade que defende os trabalhadores, e que está sendo atacada por este motivo.

A maioria das terras de Campo Florido foi transformada em plantio extensivo de cana-de-açúcar. As empresas, aproveitando os incentivos do Governo Lula, produzem o “Etanol”, que os empresários e governo chamam de “Energia limpa”.

Essas empresas contratam trabalhadores vindos de outras regiões. Os chamados “canavieiros” ou “bóias-frias”, os quais recebem por tonelada de cana cortada. Os bóias-frias vivem em situação muito ruim, longe da família por vários meses, em alojamentos alugados, e endividados com os chamados “gatos”, atravessadores de mão-de-obra. Cada trabalhador corta em média 12 toneladas/dia de cana queimada. Esse processo prejudica a saúde, além de causar danos ambientais. É uma situação que se assemelha ao trabalho escravo e, apesar de saber de tudo isso, as autoridades do Governo nada fazem.

Diante de tal quadro, o Ministério Público do Trabalho exigiu das empresas a contratação dos trabalhadores no seu local de origem e, ainda, a melhoria das condições de trabalho. As empresas reagiram e dizem que o MP e o Sindicato “estão tirando os empregos”. Na realidade, são essas empresas que não cumprem as leis trabalhistas e as exigências do MP, a fim de usufruir de trabalho escravo.

* Todo apoio e solidariedade aos trabalhadores de Campo Florido e seu sindicato de trabalhadores rurais na luta por emprego e condições dignas de trabalho!

* Exigimos imediata contratação de todos os trabalhadores, em condições iguais, sejam originados de Campo Florido ou de outras regiões e com garantia dos direitos trabalhistas e ambientais!

Diretoria Colegiada do Sintusp
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo
28/03/2008

Moção de Apoio ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido

Por MPL/SP - Movimento Passe Livre - São Paulo

O Movimento Passe Livre-SP está acompanhando com muita preocupação os recentes acontecimentos na cidade de Campo Florido, estado de Minas Gerais, Brasil, envolvendo os trabalhadores rurais do plantio da cana de açúcar.

As informações que temos dão conta de uma situação inaceitável de super-exploraçã o de trabalhadores, péssimas condições de trabalho e graves danos ao meio ambiente no plantio da cana de açúcar na região. A produção de cana e do etanol, apresentados pelo governo brasileiro e o agro- egócio como energia limpa alternativa e saída ecologicamente sustentável, na verdade tem se mostrado como uma fonte de lucros para uma pequena minoria sustentada em condições de semi-escravidã o para uma grande maioria.

Em Campo Florido, após uma decisão do Ministério Público do Trabalho no sentido de impor limites a essa situação, a reação das empresas foi tentar colocar os trabalhadores contra seu sindicato alegando que seus empregos estavam ameaçados por culpa do sindicato. Já conhecemos muito bem esse tipo de argumentação dos patrões e alertamos: sempre que os trabalhadores abrem mão de seus direitos em troca da manutenção dos empregos, em geral acabam sem direitos e sem emprego e ficam mais frágeis no momento de resistir a novos ataques.

Os trabalhadores de Campo Florido devem ter muita clareza de que não estão sozinhos nessa luta. No que depender de nós, essa pequena cidade do Triângulo Mineiro será conhecida nos quatro cantos do mundo. Estamos participando de uma campanha internacional que fará de Campo Florido um símbolo mundial da resistência dos trabalhadores contra a super-exploraçã o e a destruição ambiental.

Assim, exigimos das autoridades e das empresas a manutenção dos empregos e a garantia dos direitos trabalhistas e condições de trabalho adequadas.

Também chamamos a todos os trabalhadores a que se mantenham firmes, unidos e organizados, sem cair nas armadilhas dos patrões e governos que querem dividir os trabalhadores, pois essa é a única forma que eles têm de nos derrotar. Mas, não conseguirão. Nós é que produzimos a riqueza que é apropriada por essa minoria. Sem os trabalhadores eles não são nada. Nós somos fortes para resistir, mas precisamos da unidade e solidariedade entre nós.

* Todo apoio e solidariedade aos trabalhadores de Campo Florido e seu sindicato de trabalhadores rurais na luta por emprego e condições dignas de trabalho!

* Queremos imediata contratação de todos os trabalhadores, em condições iguais, sejam originados de Campo Florido ou de outras regiões e com garantia dos direitos trabalhistas e ambientais!

Que os patrões e autoridades de Campo Florido, de Minas Gerais e do Brasil saibam que divulgaremos amplamente o que se passa nessa cidade do Triângulo Mineiro e mobilizaremos pressão internacional em defesa do emprego, dos direitos trabalhistas e do meio ambiente.

Um ataque sobre os trabalhadores de Campo Florido é um cada a cada um de nós, trabalhadores de todo o mundo. Por isso, estaremos juntos nessa luta!

Com nossa total solidariedade aos trabalhadores e protesto frente às autoridades,
São Paulo, 27 de março de 2008
Movimento Passe Livre-SP

quarta-feira, 26 de março de 2008

[GO] Ministério flagra 421 pessoas em condições degradantes

FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha

O grupo móvel do Ministério do Trabalho encontrou 421 trabalhadores em condições consideradas degradantes, em Quirinópolis (GO), sul do Estado.

O ministério diz ter resgatado os trabalhadores. Originários na maioria de outros Estados, atuavam no plantio e no corte da cana-de-açúcar, em frentes de trabalho da empresa Agropecuária Campo Alto, sociedade anônima dirigida por um conselheiro da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). A ação ocorreu na última quinta-feira.

Segundo a Superintendência Regional do Trabalho, os funcionários moravam em alojamentos precários, com problemas como falta de ventilação e sujeira. Bares chegaram a ser adaptados como moradias, de acordo com a auditoria. A empresa nega que tenha havido resgate e diz que a situação precária era restrita a poucos trabalhadores. O diretor da Agropecuária é Hermínio Ometto Neto, membro do conselho deliberativo da Unica. A Agropecuária Campo Alto é ligada à Usina São João, que tem sede em Araras, interior paulista.

De acordo com a auditoria do Ministério do Trabalho, os funcionários da lavoura em Quirinópolis tinham carteira assinada, mas eram recrutados por "gatos" (aliciadores de mão-de-obra), que eram funcionários contratados pela empresa. Os "gatos" providenciavam a moradia, segundo o ministério.

Segundo o relato de fiscais, os trabalhadores rurais moravam em locais pequenos com um número excessivo de pessoas. O coordenador da ação, Welton Oliveira, diz ter flagrado uma casa de dois quartos e um banheiro onde viviam 18 pessoas. Segundo ele, as casas não passavam por limpeza.

De acordo com o ministério, eles vieram principalmente de Minas Gerais e Maranhão e foram contratados de novembro de 2007 a fevereiro deste ano.

Segundo o Ministério do Trabalho, o caso é considerado um resgate de trabalhadores porque houve a interrupção de uma situação degradante.

No ano passado, o setor sucroalcooleiro concentrou resgates de trabalhadores em condição degradante. Mais da metade --53%-- dos 5.877 dos empregados encontrados trabalhava com cana-de-açúcar.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Cresce a solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido (MG)

As seguintes entidades, movimentos e organizações se mostraram solidárias à luta dos trabalhadores e do STR de Campo Florido, contra a exploração e por melhores e mais justas condições de trabalho. A precarização não será aceita.

* Todo apoio e solidariedade aos trabalhadores de Campo Florido e seu sindicato de trabalhadores rurais na luta por emprego e condições dignas de trabalho!

* Queremos imediata contratação de todos os trabalhadores, em condições iguais, sejam originados de Campo Florido ou de outras regiões e com garantia dos direitos trabalhistas e ambientais!


Apoiadores da luta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido:

- MTL-DI [Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente] Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Ceará;
- MPRA [Movimento Popular pela Reforma Agrária] Minas Gerais;
- MULP [Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal da Zona Leste] São Paulo;
- MPL/SP [Movimento Passe Livre] São Paulo;
- Conlutas [Coordenação Nacional de Lutas] Minas Gerais e Nacional;
- STIG [Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Gráficas de Minas Gerais] Minas Gerais;
- ADUFU [Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia] Minas Gerais;
- SINTUSP [Sindicato dos Trabalhdadores da USP] São Paulo;
- DCE UFU [Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Uberlândia] Minas Gerais;
- CMP [Coordenação de Movimentos Populares] Nacional;
- CIO/CWI [Comitê por uma Internacional Operária/Committee for a Workers’ International] Londres - Inglaterra;



Notícias: http://mtl-di.blogspot.com/

Continuamos solicitando apoio a luta os trabalhadores de Campo Florido a toda entidade, movimeto ou organização, comprometidos com as luta dos trabalhadores pela transformação da sociedade e contra a exploração dos trabalhadores.

Modelo de carta de apoio:
http://mtl-di.blogspot.com/2008/03/campanha-de-apoio-campo-florido.html

Informações sobre a luta do STR Campo Florido:
http://mtl-di.blogspot.com/search/label/Campo


Enviar cartas para

Sindicato: sindicatotrcflorido@yahoo.com.br; Telefone: (34) 3322 0897
Prefeito: prefeitura@pmcampoflorido.com.br;
Usina Cana Campo: canacampo@terra.com.br;
Ministério Público de Uberlândia-MG: carina@ptr3.gov.br cópia para: apelvi@hotmail.com.br;
MTL-DI: mtl.regionalsp@gmail.com

sexta-feira, 21 de março de 2008

[NOTA] Campo Florido: uma cidade devastada pela cana

Viemos à público denunciar as relações de trabalho absurdas geradas pela cana-de-açucar, que há séculos gera pobreza para muitos e riqueza para alguns no solo brasileiro. Agora ela está de volta, mais forte que nunca como política nacional (Etanol e açucar).

O sol ainda não clareou e chegam mais algumas dezenas de trabalhadores, de diferentes partes do país com a esperança de trabalho. O pequeno município de Campo Florido no Triângulo Mineiro, não tem mais flores. Encontramos além dos quatro assentamentos da reforma agrária, algumas ruas de terra, um posto de gasolina sem cobertura e um pequeno comércio local; um imenso canavial como fonte inesgotável de riqueza para a Usina e uma brutal miséria para milhares de pessoas.

Estima-se que hoje Campo Florido, município de seis mil habitantes, tenha cerca de mil novos trabalhadores desempregados, número que vem engrossando com os que chegam diariamente. As condições de moradia são as mais precárias possíveis. Em uma pequena casa moram cerca de 15 trabalhadores, que pagam cerca de cem reais cada um, e o comércio local se inflacionou como nunca antes.

De onde surgiram essas pessoas? Mistério. A usina diz não saber. Alguns trabalhadores afirmam ter chegado sozinho?. O fato é que uma multidão de sozinhos, arregimentados por ilusões, inclusive se endividando para pagar o transporte, estão desesperados, desempregados e sem ter como voltar para sua cidade natal, onde famílias esperam por seu sustento.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Campo Florido que vem denunciando esta situação, além de denunciar às condições de trabalho degradante, passou a ser atacado, como o causador do desemprego. Por exigir que as condições de trabalho garantidas por lei sejam cumpridas.

O Ministério Público do Trabalho, Promotoria de Uberlândia, recomendou que as Usinas e os seus fornecedores de cana contratem somente trabalhadores com residência fixa em Campo Florido (com comprovante de residência/eleitoral ). Mas a cidade não tem o número de trabalhadores suficientes. Então passa a ser dever das empresas contratarem os trabalhadores em seu local de residência, pagar seu transporte (ida e volta), fornecer alojamento e condições dignas de trabalho. Por essa posição o Ministério Público também vem sendo criticado.

Fica necessário perguntar: quem lucra com essa situação? O grande número de desempregados que puxa os salários ao chão; a vantagem de não precisar buscar os trabalhadores; tudo isso interessa a quem? Os trabalhadores, o STR, movimentos sociais como o MTL-DI, não ficarão parados. A luta contra 500 anos de devastação feita pela cana-de-açúcar e da exploração de nosso povo não acabou, e só terminará quando as flores estiverem novamente crescendo em Campo Florido, e onde houver o latifúndio.

Solicitamos a todas Entidades Estudantis, Entidades Sindicais, Movimentos Populares e Movimentos Sociais a repudiar a ação da Usina Coruripe Açúcar e Álcool que não quer garantir aos trabalhadores seus direitos trabalhistas, bem como organizar a luta contra a expansão da monocultura da cana-de-açúcar no país visto que esse projeto monocultor não contribui para a construção de um projeto popular para o Brasil.


Movimento Terra Trabalho e Liberdade – Democrático e Independente (MTL-DI)
Movimento Popular pela Reforma Agrária (MPRA)
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (DCE UFU)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Sem-terra protestam e fecham rodovias em Goiás

Movimentos organizados de trabalhadores rurais de Goiás fizeram uma série de manifestações coordenadas e fecharam o trânsito de quatro rodovias que cortam o Estado. Durante toda a manhã, eles impediram o tráfego na BR 153 (trecho de Porangatu/Povoado Barreiro), na BR 158 (trecho Piranhas/Bom Jardim/Barra do Garças-MT), na BR 060 (trecho Guapó/Indiara) e também na GO 070 (trecho Itapirapuã/Jussara). Além das manifestações nas rodovias, parte do grupo também ocupou a sede do Incra em Goiás.

As quatro rodovias são as principais vias de acesso no Estado, e as manifestações provocaram atrasos e irritação nos motoristas. As polícias rodoviárias Estadual e Federal agiram e asseguraram o reestabelecimento do tráfego nas vias. O principal ponto de reivindicação é que o governo federal mude o índice de produtividade rural, para agilizar o processo de desapropriação de terras improdutivas.

"A base usada hoje é da década de 60 e não contempla a realidade atual. E esse é o grande entrave que dificulta e inviabiliza a reforma agrária", disse a secretária de Política Agrária da Fetaeg, Sandra Pereira. Outra bandeira de luta dos trabalhadores é a instituição, pelo governo federal, do limite máximo de tamanho para as propriedades rurais.

O bloqueio nas rodovias durou apenas parte do período da manhã, mas a ocupação à sede do Incra promete ser bem mais duradoura. "Não sairemos daqui enquanto o governo federal não voltar atrás na decisão de fazer a mudança na gestão do Incra Regional", garantiu Sandra.

Os trabalhadores querem a garantia da permanência de Ailtamar Carlos da Silva, na superintendência regional do instituto. Os manifestantes querem impedir que Silva seja substituído pelo odontólogo Rogério Arantes, sobrinho do deputado federal Jovair Arantes (PTB).

"Esse cidadão não tem nenhum vínculo com os movimentos sociais e muito menos com a questão agrária de Goiás", reclama o sindicalista Elias Borges, secretário de administração da Fetaeg.

De acordo com levantamento da própria organização, cerca de 2 mil pessoas participaram das cinco mobilizações em Goiás. Os movimentos não descartaram a possibilidade de voltar a fechar rodovias nos próximos dias, caso as reivindicações não sejam atendidas.

As manifestações foram organizadas pelo Fórum Estadual da Reforma Agrária, que é composto por cinco organizações: Movimento dos Sem-Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - Democrático e Independente (MTL-DI) e Movimento da Volta do Trabalhador ao Campo (MVTC).

Sebastião Montalvão (Especial para o UOL, de Goiânia)

Seminário Agrário da Conlutas

Zelito Silva - MTL-DI Goiás

Temário para debate

Precisamos socializar as proposta e programas de cada movimento, cruzando as posições de todos os movimento com relação a conjuntura agrária do governo lula, os mecanismo de obtenção de terras, modelos de assentamentos, organização da produção, escoamento, comercialização, unidades econômicas coletivas, concepção de assistência técnica nos assentamentos, educação do campo, meio ambiente, avanço das monoculturas, cana, soja e outros, projeto de biodiesel, território da cidadania.

Deveremos buscar construir uma proposta de consenso para ser levado para o congresso da conlutas, tendo em vista que não há acumulo entre os movimentos que atual no campo no interior da conlutas, por falta de articulação entre os movimentos e os demais GT,s organizaram seminários e encontros etc.

Já que são muito os pontos em comum como por exemplo a revisão dos índices de produtividade, limite da propriedade, defesa do incra como órgão executor da reforma agrária, o incra é para os sem terras como o ministério do trabalho para os trabalhadores assalariados. Ruim com ele pior sem ele.

Em fim são muitas as questões que podemos discutir não penso que o caráter do seminário seja para disputar posições e bater chapa com delegados penso que deve ser dividido proporcionalmente, uma cota para cada movimento por estado que o movimento tenha atuação com representantes por estado. No Maximo 70 participantes.

Proponho que consulte o MLST, MPRA , MTL ha um grupo de sem terras no vale do Paraíba que romperam com MST outro grupo que também rompeu recentemente com MST norte de MG.

Não poderemos chegar no congresso com cinco ou seis proposta de programa agrário para conlutas jugo ser mais produtivo se conseguirmos debater e construir uma proposta que seja a síntese dos programas agrário de cada movimento,os pontos divergentes cada movimento encaminhara como resolução aparte, para o congresso, porque o congresso será pautado pelas discussões sindicais urbanas, por isso precisamos ter uma proposta para o campo para que possam reivindicarmos espaço para exposições das questões agrária.

Proposta: de organização e de regimento para o seminário

1- Local: UFU Universidade Federal de Uberlândia MG

Data: dias 10 e 11 de abril, paralelo com o seminário do ANDES que discutirá o tema das monoculturas e educação do campo. Nos dias 12 e 13 nos incorporaremos ao seminário do ANDES que será mais amplo com participação da Via Campesina.

2 - Proposta de representação dos movimentos: 20 pessoas do MTL-DI, 20 MTL 10 do MLST, 10 MPRA, 5 do grupo do Vale do Paraíba, 10 do grupo do Norte de MG que rompeu recentemente com MST. Justificativa: os movimento com base de representação em mais de um estado, 20 representante, como é o caso do MTL-DI e o MTL; os demais são movimentos de base regional, que teriam 10; os grupos que não são constituídos em movimento, teriam 5 representantes, no caso do grupo do Norte de MG são dois assentamentos portanto, 5 de cada. Previsão de participantes 65 pessoas, mais convidados das direções dos partidos, direção da Conlutas etc. podendo chegar a 80 participantes.

Programação

3 - Dia 09/04

Chegada das delegações dia 09 a noite direto para os alojamentos ate as 22 horas, o objetivo é para que aproveitemos os dias cheios 10 e 11.

4 - Dia 10/4

8h - café da manhã
9h - Início dos trabalhos em plenário
9h às 10h - Aprovação do regimento do seminário e funcionamento do seminário
10h às 12h30 - Debate sobre conjuntura agrária com palestrantes, sugestão de nomes: Plínio, João Alfredo ou Dom Tomás. JustificativaS Plínio é uma estudioso das questões agrária e elaborou o segundo plano nacional de reforma agrária; João Alfredo por ser um militante das quentões agrárias e quando esteve como deputado foi relator da CPMI da TERRA e produziu um relatório bastante consistente que faz um diagnóstico da questão agrária no país; Dom Tomás pela sua história de luta pela Reforma Agrária e também tem expressado posições de oposição ao governo Lula.
12h30 às 14h - Almoço
14h às 16h30 - Apresentação dos programas agrário de cada movimento
14h30 às 17h - Intervalo (café)
17h às 19h - Debate em plenário das propostas
19h30 - Jantar

Dia 11 /04

7h30 - Café da manhã
8h30 às 11h - Debate em grupos
11h às 11h20 - Intervalo (café)
11h20 às 13h - Apresentação dos debates dos grupos
13h às 14h30 - Almoço
14h30 às 17h - Aprovação do texto como proposta de programa para o congresso da Conlutas 17h às 17h30 - Intervalo (café)
17h30 as 18h30 - Debate e aprovação de plano de ações conjuntas dos movimentos agrário que atuam na conlutas, funcionamento do GT Agrário.
19h - Enceramento / jantar.

Dias 12 e 13 - Participação do seminário agrário do ANDES.


Zelito Silva - Coordenação Nacional MTL-DI

quinta-feira, 13 de março de 2008

CAMPANHA DE APOIO À CAMPO FLORIDO

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido, cidade situada na região do Triângulo Mineiro, Estado de Minas Gerais, Brasil, vive uma situação inusitada. A entidade, que tem a obrigação de defender os trabalhadores, está sendo atacada por este motivo.

A maioria das terras de Campo Florido foi transformada em plantio extensivo de cana-de-açúcar. As empresas, aproveitando os incentivos do Governo Lula, produzem o “Etanol”, que os empresários e governo chamam de “Energia limpa”.

Essas empresas contratam trabalhadores vindos de outras regiões. Os chamados “canavieiros” ou “bóias-frias”, os quais recebem por tonelada de cana cortada. Os bóias-frias vivem em situação muito ruim, longe da família por vários meses, em alojamentos alugados, e endividados com os chamados “gatos”, atravessadores de mão-de-obra. Cada trabalhador corta em média 12 toneladas/dia de cana queimada. Esse processo prejudica a saúde, além de causar danos ambientais. É uma situação que se assemelha ao trabalho escravo e, apesar de saber de tudo isso, as autoridades do Governo nada fazem.

Diante de tal quadro, o Ministério Público do Trabalho exigiu das empresas a contratação dos trabalhadores no seu local de origem e, ainda, a melhoria das condições de trabalho. As empresas reagiram e dizem que o MP e o Sindicato “estão tirando os empregos”. Na realidade, são essas empresas que não cumprem as leis trabalhistas e as exigências do MP, a fim de usufruir de trabalho escravo.

Por esta razão, o Sindicato vem a público esclarecer que continuará a defender os trabalhadores, defender melhores salários, condições dignas de vida. O Sindicato defende o emprego de todos os trabalhadores, em condições iguais, independentemente de serem de Campo Florido ou vindos de outras regiões. Por isso é necessário que as empresas contratem respeitando as leis trabalhistas e ambientais.

Pedimos, assim, o apoio de todos os companheiros trabalhadores, do mundo inteiro. As mensagens de repúdio e de solidariedade podem ser enviadas para o Sindicato, o Prefeito de Campo Florido, ao MP, as empresas e ao governo federal.

Sindicato: sindicatotrcflorido@yahoo.com.br; Telefone: (34) 3322 0897
Prefeito: prefeitura@pmcampoflorido.com.br;
Usina Cana Campo: canacampo@terra.com.br;
Ministério Público de Uberlândia-MG: carina@ptr3.gov.br cópia para: apelvi@hotmail.com.br;
MTL-DI: mtl.regionalsp@gmail.com



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Etanol e o aliciamento de trabalhadores em Campo Florido
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Solidariedade à Campo Florido
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Nota à sociedade: A cana o e trabalho degradante em Campo Florido

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CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DE CAMPO FLORIDO
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Campo Florido: uma cidade devastada pela cana
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MODELO DE MOÇÃO DE APOIO
Segue modelo de texto de apoio a ser enviado. O texto em ANEXO é uma sugestão, se você quiser fazer alterações, fique à vontade.


Moção de Apoio ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Florido

O _________________ (entidade, sindicato, associação, oposição etc) está acompanhando com muita preocupação os recentes acontecimentos na cidade de Campo Florido, estado de Minas Gerais, Brasil, envolvendo os trabalhadores rurais do plantio da cana de açúcar.

As informações que temos dão conta de uma situação inaceitável de super-exploração de trabalhadores, péssimas condições de trabalho e graves danos ao meio ambiente no plantio da cana de açúcar na região. A produção de cana e do etanol, apresentados pelo governo brasileiro e o agro-negócio como energia limpa alternativa e saída ecologicamente sustentável, na verdade tem se mostrado como uma fonte de lucros para uma pequena minoria sustentada em condições de semi-escravidão para uma grande maioria.

Em Campo Florido, após uma decisão do Ministério Público do Trabalho no sentido de impor limites a essa situação, a reação das empresas foi tentar colocar os trabalhadores contra seu sindicato alegando que seus empregos estavam ameaçados por culpa do sindicato. Já conhecemos muito bem esse tipo de argumentação dos patrões e alertamos: sempre que os trabalhadores abrem mão de seus direitos em troca da manutenção dos empregos, em geral acabam sem direitos e sem emprego e ficam mais frágeis no momento de resistir a novos ataques.

Os trabalhadores de Campo Florido devem ter muita clareza de que não estão sozinhos nessa luta. No que depender de nós, essa pequena cidade do Triângulo Mineiro será conhecida nos quatro cantos do mundo. Estamos participando de uma campanha internacional que fará de Campo Florido um símbolo mundial da resistência dos trabalhadores contra a super-exoloração e a destruição ambiental.

Assim, exigimos das autoridades e das empresas a manutenção dos empregos e a garantia dos direitos trabalhistas e condições de trabalho adequadas.

Também chamamos a todos os trabalhadores a que se mantenham firmes, unidos e organizados, sem cair nas armadilhas dos patrões e governos que querem dividir os trabalhadores, pois essa é a única forma que eles têm de nos derrotar. Mas, não conseguirão. Nós é que produzimos a riqueza que é apropriada por essa minoria. Sem os trabalhadores eles não são nada. Nós somos fortes para resistir, mas precisamos da unidade e solidariedade entre nós.

* Todo apoio e solidariedade aos trabalhadores de Campo Florido e seu sindicato de trabalhadores rurais na luta por emprego e condições dignas de trabalho!

* Queremos imediata contratação de todos os trabalhadores, em condições iguais, sejam originados de Campo Florido ou de outras regiões e com garantia dos direitos trabalhistas e ambientais!

Que os patrões e autoridades de Campo Florido, de Minas Gerais e do Brasil saibam que divulgaremos amplamente o que se passa nessa cidade do Triângulo Mineiro e mobilizaremos pressão internacional em defesa do emprego, dos direitos trabalhistas e do meio ambiente.

Um ataque sobre os trabalhadores de Campo Florido é um cada a cada um de nós, trabalhadores de todo o mundo. Por isso, estaremos juntos nessa luta!

Com nossa total solidariedade aos trabalhadores e protesto frente às autoridades,

__________________________
Nome da entidade

terça-feira, 11 de março de 2008

Solidariedade ao STR Campo Florido (CWI-CIO Londres)

Por Committee for a Workers’ International (CWI-CIO)

O Comitê por uma Internacional Operária (CIO/CWI), uma organização socialista de trabalhadores organizada em mais de 40 países em todos os continentes, está acompanhando com muita preocupação os recentes acontecimentos na cidade de Campo Florido, estado de Minas Gerais, Brasil, envolvendo os trabalhadores rurais do plantio da cana de açúcar.

As informações que temos dão conta de uma situação inaceitável de super-exploração de trabalhadores, péssimas condições de trabalho e graves danos ao meio ambiente no plantio da cana de açúcar na região. A produção de cana e do etanol, apresentados pelo governo brasileiro e o agro-negócio como energia limpa alternativa e saída ecologicamente sustentável, na verdade tem se mostrado como uma fonte de lucros para uma pequena minoria sustentada em condições de semi-escravidão para uma grande maioria.

Em Campo Florido, após uma decisão do Ministério Público do Trabalho no sentido de impor limites a essa situação, a reação das empresas foi tentar colocar os trabalhadores contra seu sindicato alegando que seus empregos estavam ameaçados por culpa do sindicato. Já conhecemos muito bem esse tipo de argumentação dos patrões e alertamos: sempre que os trabalhadores abrem mão de seus direitos em troca da manutenção dos empregos, em geral acabam sem direitos e sem emprego e ficam mais frágeis no momento de resistir a novos ataques.

Os trabalhadores de Campo Florido devem ter muita clareza de que não estão sozinhos nessa luta. No que depender do CIO/CWI, essa pequena cidade do Triângulo Mineiro será conhecida nos quatro cantos do mundo. Estamos iniciando uma campanha internacional que fará de Campo Florido um símbolo mundial da resistência dos trabalhadores contra a super-exoloração e a destruição ambiental.

Em nome das organizações políticas e sindicais da classe trabalhadora onde atuamos exigimos das autoridades e das empresas a manutenção dos empregos e a garantia dos direitos trabalhistas e condições de trabalho adequadas.

Também chamamos a todos os trabalhadores a que se mantenham firmes, unidos e organizados, sem cair nas armadilhas dos patrões e governos que querem dividir os trabalhadores, pois essa é a única forma que eles têm de nos derrotar. Mas, não conseguirão. Nós é que produzimos a riqueza que é apropriada por essa minoria. Sem os trabalhadores eles não são nada. Nós somos fortes para resistir, mas precisamos da unidade e solidariedade entre nós.

* Todo apoio e solidariedade aos trabalhadores de Campo Florido e seu sindicato de trabalhadores rurais na luta por emprego e condições dignas de trabalho!

* Queremos imediata contratação de todos os trabalhadores, em condições iguais, sejam originados de Campo Florido ou de outras regiões e com garantia dos direitos trabalhistas e ambientais!

Que os patrões e autoridades de Campo Florido, de Minas Gerais e do Brasil saibam que divulgaremos amplamente o que se passa nessa cidade do Triângulo Mineiro e mobilizaremos pressão internacional em defesa do emprego, dos direitos trabalhistas e do meio ambiente.

Um ataque sobre os trabalhadores de Campo Florido é um cada a cada um de nós, trabalhadores de todo o mundo. Por isso, estaremos juntos nessa luta!

Com nossa total solidariedade aos trabalhadores e protesto frente às autoridades,

Tony Saunois,
Do Secretariado Internacional do
Comitê por uma Internacional Operária (CIO/CWI),
Londres, Grã Bretanha.


10/03/2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

ETANOL – O IMPACTO POLÍTICO

O IMPACTO POLÍTICO, SOCIAL, ECONÔMICO, AMBIENTAL E TRABALHISTA DA RETOMADA DO PLANTIO DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL NOS PRÓXIMOS ANOS, NO BRASIL

Por Zelito da Silva - Coordenação do MTL-DI - Goiás

BIOCOMBUSTÍVEL x AGROCOMBUSTÍVEL

O Brasil retoma com força o plantio de cana-de-açúcar para a produção de Etanol como uma segunda versão do Pró-álcool, agora não mais para abastecer o mercado interno e sim para exportação. As regiões Centro-oeste e Sudeste são as mais focalizadas para o plantio da cana, enquanto no caso das oleaginosas, matéria-prima para a produção de Biodiesel, o foco é o Norte e o Nordeste. A produção de álcool e de Biodiesel vem acompanhada de um discurso de que todos estão preocupados em produzir energia limpa, a fim de evitar ou diminuir o aquecimento global. Para isso criaram até mesmo o chamado “selo social”.

Mapa das Usinas de Álcool e Açúcar instaladas e em processo de construção em todo país

· Número de usinas por Estado
AM = 01, PA = 01, MA = 04, PI = 01, CE = 02, RN = 03, PB = 09, PE = 30, AL = 26, SE = 05, BA = 04, MG = 27 + 12, ES = 06, RJ = 08, SP = 164+34, PR = 04, RS = 01, MT = 10+05, GO = 16 + 82, = TO 01.

· Número de usinas por Região:
Região NORTE = 03, NORDESTE = 84, CENTRO-OESTE = 37 + 12 em instalação, SUDESTE = 205 + 46 em instalação, SUL = 05

· TOTAL de usinas instaladas = 334; em processo de instalação = 58.

É importante observar que os ideólogos da expansão do plantio de cana para fabricação do Etanol não mais utilizam a denominação Biocombustível e sim Agrocombustível. Isto se deve ao fato de que a denominação Biocombustível é associada a uma matriz de energia limpa, de forma sustentável, com conteúdo social. Ao contrário, a denominação Agrocombustível é baseada na exploração da natureza para a produção de insumos energéticos, com o objetivo principal de auferir lucros, o que menos importa é a preservação da natureza, a dignidade e a manutenção de empregos.

Historicamente a cana sempre foi plantada em nosso País com o objetivo de produzir açúcar, alimento muito consumido pela população brasileira, inclusive para a exportação. Atualmente, o plantio da cana tem como principal objetivo a produção de Etanol, ficando o açúcar relegado ao segundo plano. Assim, a cana-de-açúcar poderá deixar de ter este nome, passando a ser chamada de “cana do etanol”.

A produção de energia renovável é uma política estratégica para qualquer país, principalmente com a instabilidade geopolítica em que vivem os países produtores e exportadores de petróleo. Tornar-se auto-sustentável na produção de combustível e poder exportar é um privilégio de poucos países. Desta forma esta fonte energética adquire importância grande para o País. O problema é que o projeto estratégico da produção do etanol e do Biodiesel não visa a fomentar a inclusão social, mas enriquecer mais ainda os capitalistas.

Cabe aqui uma discussão a respeito do papel do Estado. Em nossa opinião, o Estado poderia assumir para si a responsabilidade de monitorar o plantio, o beneficiamento, a comercialização e a contratação de mão-de-obra, respeitando os direitos dos trabalhadores e as leis trabalhistas, garantindo uma melhor remuneração, tendo a Petrobrás à frente. Isto porque entendemos que a produção de energia pelo Brasil é uma questão de soberania nacional. Neste sentido, a Petrobrás é o melhor exemplo de empresa brasileira que desenvolve e detém tecnologia própria, além de ter trabalhadores qualificados, tecnicamente respeitados. Além disso, ao contrário da super-exploração imposta pelos latifundiários (agronegócio) aos trabalhadores rurais, uma empresa estatal tem a obrigação de respeitar a lei e garantir um padrão de vida mais digno aos trabalhadores, como acontece com a Petrobrás.

O modelo utilizado na Região Nordeste

O modelo de produção de cana-de-açúcar na Região Nordeste não serve para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e muito menos serve sequer de exemplo de desenvolvimento “sustentável” da região.

A produção da cana só enriqueceu os usineiros, milhares de trabalhadores perderam a vida, tantos outros ficaram doentes e outros acidentados sem nenhuma assistência por parte das usinas ou do Estado. Além disso, a monocultura utilizada pelos usineiros degradou completamente o solo, matou as nascentes dos rios e, conseqüentemente, agravou ainda mais o problema da seca do Nordeste.

Nos anos 90 várias usinas faliram, milhares de trabalhadores ficaram desempregados sem receber os direitos trabalhistas e os engenhos deixaram de funcionar. A partir daí, houve uma procura pelos movimentos sociais de luta pela reforma agrária para disputar os engenhos, exigindo o direito de trabalhar e também o pagamento das verbas trabalhistas.

O caso mais famoso é o da Usina Catende, em PE, que hoje está sendo administrada pelos trabalhadores por meio de um consórcio envolvendo vários movimentos sociais e o Estado. Eles conseguiram um financiamento do BNDES e assumiram o controle da usina como forma de ter os seus direitos recuperados e os empregos preservados. No meio de uma crise enorme, esta contradição acaba tendo importância na nova situação destes trabalhadores. Não é por acaso que Pernambuco é um dos Estados com maior demanda de sem-terra acampados, a maioria ex-cortadores de cana, além de haver uma enorme fragmentação dos movimentos sociais, que já passam de 15.

No auge da produção de açúcar e álcool em Pernambuco havia cerca de 170 mil trabalhadores, mas com a crise este número caiu para 90 mil. Esta diminuição está combinada com a tecnificação do corte da cana, com a introdução dos carregadeiras, de caminhões e cortadeiras mecanizadas.

A monocultora da cana deteriorou completamente o solo, matando as nascentes e toda vegetação, tornando os estados produtores de cana em deserto. O modelo é mesmo que vem sendo aplicado nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, refletindo a transferência de capitais e tecnologia dos usineiros nordestinos.

As usinas que estão sendo construídas nestas regiões têm uma família tradicional nordestina à frente ou em consórcio com outras empresas, porque eles têm know-how (conhecimento técnico). Assim, as usinas para a produção de álcool e açúcar provocam um enorme impacto social e ambiental na região, alterando completamente o funcionamento das cidades vizinhas, causando problemas de infra-estrutura urbana e rural, em razão da migração de centenas de trabalhadores para o corte de cana. Por exemplo, as redes de saúde, moradia, abastecimento de água, energia não dão conta de atender às novas demandas sem um planejamento anterior. É importante ressaltar que no Nordeste, os trabalhadores moram ou, em sua maioria, moravam nos engenhos, em povoados formados próximos aos locais do corte da cana, enquanto nas novas regiões os trabalhadores vão morar em “masmorras” (alojamentos improvisados, insalubres), construídos no interior das fazendas ou alugam casas e pensões nas cidades próximas.

As cidades não podem, desta forma, adaptar-se de forma rápida a esta nova demanda, até porque o sistema funciona por safras. É preciso ver ainda que, se por um lado há um giro de capital aumentando as vendas do comércio, por outro lado há uma queda na qualidade de vida do conjunto da população, porque são criados ou aumentam a incidência de problemas como prostituição, alcoolismo, drogas.

Os prefeitos e os governos dos Estados são os primeiros a oferecer os incentivos fiscais com o discurso de geração de empregos e renda, desenvolvimento econômico das cidades. Não se importam com os problemas sociais, ambientais, trabalhistas, de infra-estrutura, são levados só pela geração imediata de alguns postos de trabalho precarizados e de olho nos impostos como IPI, ICMS, além dos financiamentos das campanhas eleitorais futuras.

No corte da cana, a figura do “gato” (atravessador, intermediador de mão-de-obra) continua presente para arregimentar os trabalhadores de outras regiões e de outros Estados com promessas falsas. Os trabalhadores são obrigados a trabalhar com dívidas desde o início, a começar pela viagem, alimentação, cobrança de EPI’s. O “gato” ganha por produção per capta, por isso os trabalhadores são cada vez mais obrigados a trabalhar em jornadas exaustivas, de dez, doze horas, muitas vezes são roubados no peso da cana. A diferença com a Região Nordeste é que lá existia a figura do administrador do engenho, que representa o usineiro e concentra poderes inclusive de venda de mercadorias.

Atualmente os trabalhadores são obrigados a trabalhar doentes para não perder a produção e ficam sem a devida assistência médica. Os médicos são orientados a devolver os trabalhadores doentes à produção, é a escravidão moderna. As equipes de fiscalização móveis do Ministério do Trabalho são poucas e sofrem pressão e ameaças dos “gatos” e capatazes dos usineiros e dos governos, deputados, prefeitos, para não promoverem a fiscalização. Além disso, os “gatos” são donos também dos ônibus que transportam os trabalhadores para o corte da cana. Há um controle total.

Verifica-se ainda a degradação ambiental por outros meios: o trânsito de caminhões pesados carregados de cana danifica as estradas; a pulverização de agrotóxico através de avião tem trazido problemas de saúde com intoxicação, principalmente das crianças; as doenças respiratórias são os primeiros sintomas a aparecer; não se pode esquecer da contaminação dos córregos. Há uma matança da fauna e da flora e o adoecimento das pessoas, já que a fuligem é levada pelo vento para as casas da região, devido à queima da cana.

Questão da Organização dos Canavieiros

Os canavieiros formam uma categoria muito difícil de organizar porque há uma grande rotatividade, eles não criam identidade cultural nem relações políticas, porque a cada safra trabalham em usinas diferentes. Os que são da região ficam retraídos porque temem não serem contratados na próxima safra. A maioria dos STR’s (sindicatos de trabalhadores rurais) é dirigida pela CONTAG-CUT, entidades que são a favor da política agrícola do Governo porque esta aumenta sua base social, o que, por conseqüência, aumenta o imposto sindical e as taxas que os sindicatos negociam com as usinas.

A flexibilização dos direitos trabalhistas já chegou ao campo através dos contratos provisórios. As usinas dispensam trabalhadores sem pagar os direitos trabalhistas e os trabalhadores são obrigados a procurar advogados locais antes de partirem para suas cidades de origem. Muitas não têm como voltar e ficam na cidade aguardando a conclusão do processo, acabam negociando valores rebaixados nas comissões de conciliação nas DRT,s (Delegacia Regional do Trabalho) porque não tem mais condições de espera. Após serem libertados do trabalho escravo pelas equipes móveis das delegacias do trabalho muitos trabalhadores ficam na rua sem ter para onde ir até que os gatos façam os pagamentos. Aí entra o trabalho da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e outras pastorais da igreja católica.

A fim de chantagear os trabalhadores e pressioná-los a cumprir metas absurdas muitas usinas expõem cortadeiras em frente às suas sedes. Com essa ameaça, exigem que os canavieiros cortem a cana em montantes superiores às suas forças, aumentando as jornadas e o ritmo de trabalho violentamente.

Em algumas regiões há uma briga política e judicial entre sindicatos pela representação legal dos trabalhadores. Entre os sindicatos que vem ameaçando a representação dos STR’s estão os sindicatos de Químicos, os sindicatos do Ramo de Alimentação, entre outros. O problema é que a disputa não visa representar melhor os trabalhadores contra a exploração, a briga é pelo imposto sindical. Os STR’s alegam que têm o direito porque tradicionalmente representam os trabalhadores rurais e, portanto, o corte de cana é uma atividade agrícola. Os Químicos alegam que a atividade da produção de álcool é do ramo químico, portanto, quem deve representar estes trabalhadores é o Sindicato dos Químicos. Os Sindicatos que representam os trabalhadores do ramo de alimentação alegam que são eles que devem representar esses rurais, pois as usinas produzem o açúcar, que é alimento. A usina instala da em Campo Florido (Triângulo Mineiro) por exemplo, quem representa os trabalhadores do chão da usina é o sindicato dos trabalhadores do ramo de alimentação.

O STR tem uma direção combativa, já organizou várias greves, mais ainda não organizou uma vanguarda na categoria por conta da rotatividade. É importante prestar atenção em um setor dos trabalhadores das usinas, chamados de rurícolas, que são os trabalhadores contratados permanentes. No período do corte da cana eles são deslocados para o corte e, na entre safra, fazem o trabalho de capina, adubagem e outros trabalhos braçais. Este grupo de trabalhadores os sindicato pode organizá-los, filiando-os e organizando as CIPA,s (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes em que titulares e suplentes eleitos pelos trabalhadores têm estabilidade no emprego por dois anos). Outro fator importante que chama atenção é que os sindicatos são fracos. Quando criam qualquer dificuldade para as usinas em alguns casos a patronal organiza chapas para disputar as direções, como no caso da usina de ITURAMA, no pontal do Triângulo Mineiro, em que a direção da usina organizou uma chapa e tomou a direção do sindicato.

Ainda em relação ao debate sobre a representação dos trabalhadores das usinas, alguns propõem criar novos sindicatos só de canavieiros. Esta proposta é um equívoco porque a tendência é que cada vez mais diminua o número de trabalhadores nesta atividade, devido à aplicação do corte mecanizado com objetivo de aumentar a produtividade. Até porque há também uma pressão para diminuir a queima da cana, que mata os animais silvestres e polui a atmosfera, lançando fuligem da palha no ar da região. Verifica-se que as novas usinas que estão sendo montadas devem cumprir a exigência de garantir 70% do corte mecanizado. O problema é que com o corte mecanizado há uma perda em torno de 30% no aproveitamento da cana, portanto, o custo-benefício não é muito compensador para o capitalista, porque o ganho em produtividade se perde, já que as cortadeiras não conseguem aproveitar cem por cento da cana. O ganho é na preservação do meio-ambiente.

Em relação à participação dos trabalhadores nos sindicatos observa-se que dificilmente associam-se, em razão da alta rotatividade, do baixo grau de escolaridade, das práticas antidemocráticas e pelegas dos dirigentes sindicais. Assim, os canavieiros não se aproximam dos Sindicatos e é preciso discutir uma estratégia política para que aumente a participação dos trabalhadores, inclusive, por onde começar.

Antes de partir para criar sindicatos em uma base territorial é preciso questionar os porquês, avaliar se compensa do ponto-de-vista dos interesses dos trabalhadores e não de seus dirigentes. É preciso avaliar a existência e a atuação dos atuais STR’s, verificar e justificar a composição de oposições sindicais a partir da existência de uma vanguarda militante.

O caminho de organizar oposições aos STR’s não é tarefa fácil porque os pelegos estão nos sindicatos há 20, 30 anos, o número de filiados é bem pequeno, não existem condições políticas para representar o conjunto dos trabalhadores das usinas. As empresas são indústrias que têm engenheiros químicos, engenheiros mecânicos, agrônomos, técnicos agrícolas, eletricistas, operadores de caldeiras, motoristas de caminhões, mecânicos de auto, apontadores, enfim, uma gama de trabalhadores com profissões diversificadas. A esquerda precisa se debruçar sobre esta questão, avaliar como penetrar neste setor, pois haverá uma grande quantidade destes trabalhadores, mesmo com a redução de mão-de-obra causada pelo emprego das novas tecnologias.

A Conlutas precisa elaborar uma política estratégica em combinação com os movimentos sociais que atuam no campo. A participação dos trabalhadores rurais ligados aos movimentos sociais é uma hipótese, mas para isto é preciso girar o foco da atuação, porque os trabalhadores que atuam nos movimentos camponeses no geral atuam em oposição aos Sindicatos porque não fazem luta é só esperam as terras serem desapropriadas.

Outro viés seria, a partir de um trabalho que crie as condições políticas com a formação de militantes, fundar sindicatos dos trabalhadores nas indústrias de fabricação de Açúcar, Álcool e Biodiesel etc, porque aí poderiam representar o conjunto dos trabalhadores, o que não conflitaria com a representação dos STR’s, com objetivo de obter a carta Sindical.

A produção média de um trabalhador no corte de cana na região de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) é de 12 toneladas-dia. Em 1980 a produção média de um trabalhador era de 6 toneladas-dia, logo, a produtividade aumentou em 100%. A superexploração dos trabalhadores, a pressão sobre os trabalhadores com metas altíssimas de produção, tem gerado cada vez mais acidentes, doenças causadas pelo esgotamento físico, mortes. Segundo dados divulgados por um jornal norte-americano e um documentário exibido por uma TV a cabo também estadunidense, a precarização do trabalho aumenta nos canaviais brasileiros.

De acordo com as reportagens, 312 trabalhadores morreram e 82.995 sofreram acidentes entre os anos de 2002 e 2005. O título do documentário é “Os carros brasileiros rodam com o sangue dos trabalhadores cortadores de cana”. É evidente que o documentário parece encomendado, com objetivo de descredenciar as ambições brasileiras de liderar a venda de Etanol para os Estados Unidos e Europa e proteger a produção de Etanol a partir do milho dos EUA, portanto, desmonta o discurso de combustível limpo que preserva o meio ambiente.

Na região de Mato Grosso do Sul, a indústria suco alcooleira avança sobre as aldeias indígenas, tirando os índios das suas terras para trabalharem como bóias-frias nos cortes de cana, fazendo proposta de arrendar as aldeias. Aí surge a figura do “gato” utilizado pelos brancos nas aldeias, cujo papel é cumprido por um membro da tribo chamado de cabeçante. Esta figura é que faz a intermediação na contratação dos índios É dada preferência para os índios mais jovens e mais fortes. Muitos deles são menores de idade e tem os documentos falsificados para burlar a fiscalização do Ministério do Trabalho, A avaliação das lideranças indígenas é que, em médio prazo, isso tende a desagregar as aldeias, modificando os hábitos culturais de lidar com a terra.

A Reforma Agrária fica ameaçada com a chegada das usinas, a monocultura da cana transforma fazendas improdutivas em produtivas rapidamente, da noite para o dia. Os fazendeiros arrendam as terras que antes era alvos dos sem-terra, transformando os trabalhadores rurais em bóias-frias, principalmente os filhos dos trabalhadores rurais. Há uma pressão objetiva para os assentados arrendarem as suas parcelas ou abandonarem sua atividade de trabalho na terra para irem trabalhar no corte da cana. Com isto diminui a produção de leite, a produção de alimentos para sua auto-sustentação e para comercialização, impactando diretamente a agricultura familiar e também a produção da agricultura patronal.

A tendência é que seja reduzida a área plantada de alimentos, com a diminuição da produção de grãos e aumento dos custos para os consumidores urbanos. Muitos assentamentos ficam ilhados pelos canaviais, já há assentamento com mais de 50% das parcelas arrendadas, como é o caso do assentamento Santo Inácio Ranchinho, em Campo Florido, no Triângulo Mineiro.

Os pecuaristas tradicionais arrendaram suas terras no Sudeste, Centro-Oeste e transferiram-se para a Região Norte, onde arrendam ou compram novas terras, principalmente na região amazônica. Isto agrava ainda mais o desmatamento. Merece atenção a quantidade de usinas que estão previstas para serem implantadas no Estado de Goiás nos próximos 10 anos: 82 novas usinas, que se somarão às 16 usinas já em funcionamento.

Os investimentos previstos são de aproximadamente R$ 13 bilhões, prevendo criar 68.000 postos de trabalhos diretos e 207.000 indiretos na cadeia produtiva, segundo estudo dos pesquisadores da UNICAMP, estimativa para os próximos 20 anos. Os investimentos no Centro-Oeste serão de R$80 bilhões, dos quais R$50 bilhões serão investidos em Goiás. Observe-se que o PIB do Estado é de R$ 49,7 bilhões. 58 cidades do Estado de Goiás vão ter uma usina, o significa quase 1/3 das cidades do Estado. Trata-se de uma ocupação geográfica que com certeza vai trazer mudança significativa nestas regiões, ainda mais agravada pelo fato de que a usina atinge áreas de vários municípios com a plantação da cana.

Mapa das Usinas já implantadas, e em processo de construçao em todo Estado de Goiás

· Montividiu = 02, Morrinho = 01+01 , Paraúna = 04 +03, Quirinópolis = 01 +01, Santo Antônio da Barra = 01, Vicentinópolis = 01, Aporé = 01, Cachoeira Dourada = 01, Chapadão do Céu = 01+01, Edéia = 01, Goiatuba = 01+ 04 , Inaciolândia = 01, Itarumá = 01+01, Itumbiara = 03+04, Jataí = 02+01, Acreúna = 04+01, Bela Vista de Goiás = 02, Cabeceiras = 01, Cachoeira Alta = 01, Caçu = 03, Calda Novas = 01, Catalão = 01, Firminópolis = 03, Goianésia = 02 +01, Cidade de Goiás = 01, Indiara = 01, Itaberai = 01, Jaraguá = 01, Jussara = 01, Leopoldo de Bulhões = 01, Matrinchã = 01, Mineiros = 02, Palmeiras de Goiás = 02, Panamá = 01, Pontalina = 01, Portelândia = 01, Rio Verde = 01+02, Santa Cruz de Goiás = 01, Santa Fé de Goiás = 01, Santa Helena de Goiás = 01+01 Santa Isabel = 02, Silvânia = 01, Turvânia = 01, Uruaçu = 01, Uruana = 01, Anicuns = 01, Carmo do Rio Verde = 01, Inhumas = 01, Ipameri = 01, Itapaci = 01, Itapuranga = 01, Jandaia = 01, Porteirão = 01, Rubiataba = 01, Serranopólis = 01, Turvelândia = 01, Vila Boa = 01, Piracanjuba = 01.

Há um debate em curso nos setores acadêmicos e entre os ambientalistas que defendem um marco regulatório, demarcando um zoneamento por região para o plantio de cana, com objetivo de preservar a infra-estrutura, o equilíbrio sócio-ambiental e a produção de grãos da região.

Produção de Biodiesel e Agricultura Familiar

O Biodiesel é um combustível líquido derivado de biomassa renovável, produzido a partir de diversos vegetais, tais com: coco de dendê, mamona, girassol, soja, pinhão manso, palma, algodão, babaçu, gordura vegetal e outras oleaginosas que são produzidas nos assentamentos e pelos pequenos agricultores. O Biodiesel é uma matriz energética que, sem dúvida, pode tornar-se o combustível do futuro, já que as sobras inclusive também podem ser aproveitadas, gerando subprodutos como tortas e farelos, que poderão ser utilizados na fertilização dos solos ou na ração animal.

O problema é novamente se vamos utilizar esta tecnologia para desenvolver o nosso país, gerar renda, preservar o meio ambiente, desenvolver a agricultura familiar, ou se, ao contrário, vai ser usada para aumentar a exploração da mão-de-obra dos camponeses e enriquecer mais ainda as distribuidoras. Os trabalhadores vão plantar grãos para fazer Biodiesel e deixar de plantar para alimentação, ou seja, vamos abastecer os motores dos caminhões, tratores, ônibus e não as prateleiras dos supermercados.

A tecnologia é muito cara, requer uma logística sofisticada e capacidade técnica para operar as usinas. O Governo introduziu o Biodisel na matriz energética regulada pala ANP (Agência Nacional do Petróleo), determinando às distribuidoras que misturem 2% de Biodiesel no óleo diesel, o chamado B-2. Até 2013 será misturado mais 3% ou seja 2+3 passa a B-5. Junto com o decreto foi criado o selo social, afirmando que trata-se de um “combustível social”. O decreto também prevê que as empresas que adquirirem matérias primas dos assentamentos terão incentivos fiscais de 30% até 100%, principalmente na região Nordeste.

No Brasil, a demanda por diesel de petróleo é de 40 bilhões de litros ano, sendo que 94% é produção nacional e 6% são importados, ou seja, 2,4 bilhões de litros. Para a mistura do B-2 serão necessários 800 milhões de litros-ano. Até 2013 a mistura será de B-5, sendo necessária uma produção de 2 bilhões de litros-ano. A proposta do PNPB (Programa Nacional de Produção de Biodiesel) é substituir gradativamente o Diesel de petróleo, portanto, há uma demanda garantida para os próximos anos.

As experiências de produção das matérias-primas nos assentamentos não têm sido boas. As empresas que estão credenciadas pela ANP para a produção do Biodiesel têm encontrado dificuldade e não têm estabelecido uma política vantajosa para os assentados da Reforma Agrária, nem com os pequenos produtores, porque propõem aos assentados um contrato por vários anos e pagam por quilo de matéria-prima de mamonas, pinhão ou girassol. Os preços pagos pelas empresas não têm sido compensadores para os agricultores e têm transformado os assentados em dependentes das empresas já que, feito o contrato, não podem vender para outro.

As empresas fornecem a assistência técnica só no começo do contrato. Para colher a produção é um problema porque os corredores das porteiras não estão projetados para as colheitadeiras, grandes caminhões. Assim, o trabalhador tem que colher manualmente, perde parte da produção, aí o que está ocorrendo é que o tal “selo social” é uma farsa. É que, na verdade, quem está alimentando as usinas de Biodiesel são as agroindústrias da soja. Novamente a cadeia de produção caiu nas mãos dos capitalistas do agrocombustível.

A previsão é que até 2035 teremos no Brasil 900 usinas com produção média de 100 mil litros-ano por usina para atender à demanda. A tendência é a monocultura da soja monopolizar a matéria prima para a produção de Biodiesel.

Mapa das Usinas de Biodiesel já em funcionamento e em fase de construção e em todo país:

· PA = 01, MT = 04 + 11, MS = 04, RS = 03+08, SC = 02, PR = 04, SP = 04+09, MG = 02+03, GO = 03+01, RJ = 01, TO = 01+01, MA = 01+ 02, BA = 01+03, PI = 01+ 04, CE = 01+09, RN = 01, PB = 01, PE = 02.

Usinas em Construção / Em Funcionamento (Por Região):
· Norte = 01 / 02; Nordeste = 22 / 04; Centro-Oeste = 16 / 07; Sudeste = 22 / 07; Sul = 14 / 03; Total = 75 / 23.

É importante ressaltar que o Governo pretendia promover a instalação de usinas nas regiões Norte e Nordeste, com a utilização de outras oleaginosas além da soja. Visava incentivar a agricultura familiar, mas o que está ocorrendo é o contrário, porque das 23 usinas em funcionamento 20 estão funcionando à base de soja, em torno de 87%.

Comparada com outras oleaginosas a soja é a menos produtiva. O teor de óleo extraído dela é de 18%, enquanto o amendoim chega a 50%, a mamona a 47%, a palma 45%, o girassol a 45%, o pinhão manso a 37%, o nabo forrageiro a 36%. Apesar disso, a utilização da soja na produção de Biodiesel começou a ser vista pelos empresários e o próprio governo como estratégica para a exportação com outros produtos. O resultado disso é que o óleo de soja está com o preço nas alturas.

Os produtores de soja têm mais uma opção de mercado

O que os produtores de soja estão pensando é quando os preços da soja caírem no mercado internacional eles produzem Biodiesel, quando os preços voltarem a subir eles vendem soja. Novamente o poder econômico do agrogombustivel vai apoderando-se de uma tecnologia que poderia servir para melhorar a situação dos trabalhadores do campo com a produção de uma matéria-prima, porque eles têm os meios de produção e a sua força de trabalho, se plantada com racionalidade com acompanhamento técnico permanente.

Não como estão fazendo algumas empresas que estão dominando a tecnologia e arrendando os assentamentos com contratos de longo prazo, pagando valores irrisórios. Elas fornecem uma assistência técnica só no começo e depois os produtores têm que se virar sozinhos. Muitos não dão conta de administrar e perdem todos os investimentos, as porteiras e os corredores não estão adaptados para passar com as colheitadeiras e caminhões.

Os pesquisadores apontam alguns problemas. O plantio da matéria-prima está em uma região, a produção do Biodiesel em outra e a mistura em outra, refletindo falta de planejamento e organização da logística. Portanto, da maneira como está sendo conduzida a produção do Biodiesel não vai atingir os objetivos e não vai estimular a agricultura familiar, porque os pequenos produtores não podem ficar sós na primeira fase e têm que dominar todo o processo da produção.

As alternativas apontadas são de pequenas usinas, tanto para a produção de Biodiesel quanto para produção de etanol e açúcar, porque os agricultores podem aproveitar os derivados das oleaginosas e da cana para ração para o gado e outros produtos. Para isso seria necessário que o governo, através da Petrobrás, assumisse a implantação do projeto, o acompanhamento técnico e a garantia de compra da produção de usinas nas regiões onde houver concentração de agricultores familiares e pequenos produtores, para que os assentados não fiquem nas mãos dos exploradores.

As organizações dos trabalhadores precisam tratar o tema com mais atenção

É importante que as organizações dos trabalhadores que lutam por transformação social, dêem contribuições teóricas e concretas sobre o campo para podermos nos apropriar das tecnologias e do espaço. Embora neste caso haja uma contradição porque os camponeses detêm os meios de produção de pequenas propriedades privadas. Portanto, a aliança campo e cidade não pode ser só uma retórica. Precisamos dirigir o processo da luta no campo. Os camponeses cumprem um papel importante na luta pela transformação social. A Reforma Agrária, apesar de ser uma reforma burguesa, que qualquer governo burguês poderá realizar caso queira desenvolver o país e aumentar a produção de alimentos, não podemos esquecer o papel que os camponeses cumpriram na Rússia pós-revolução. No primeiro momento foram dirigidos pelos kulaks, que no primeiro momento lideraram o boicote de abastecimento não fornecendo alimentos para a cidade. Os Bocheviques levaram tempo para poder assumir o controle da situação, inclusive, assassinando milhares para salvar a revolução.

Revolução Russa e os Camponeses

Lênin foi obrigado a lançar mão da NEP, Nova Política Econômica, que permitia alguma cota de produção e comercialização privada, para poder abastecer as cidades. Com o objetivo de consolidar a aliança camponesa e operária teve que recuar da socialização das terras, garantindo aos camponeses médios que não tomaria as suas terras. Propôs mais de uma forma de organizar a produção com fazendas estatais coletivas, outras semi-coletivas e também a produção individual.

Evidente que na Rússia havia 80% da população no campo e 20% nas cidades, os camponeses pobres representavam 29,4%, os ricos kulaks 3,1%, os médios 67,5%. Os dois primeiros eram responsáveis por 88% do comercializado e os camponeses pobres por 12%. O primeiro grupo, menor numericamente, tinha maior poder econômico e influência política. Um censo realizado em 1927 levantou que o Partido Bolchevique tinha 38,5% de funcionários públicos, 30% de trabalhadores, 10,1 % de camponeses, 8,1 % de militares sendo que apenas 01% estava realmente no trabalho no campo. Os demais militantes estavam ocupados com tarefas burocráticas do Estado. Podemos observar uma enorme desproporção entre a população urbana e rural e quantos militantes estavam organizados no Partido Bolchevique no campo. Portanto, atenção aos trabalhadores rurais.

No caso do Brasil deste início do século XXI a situação é invertida: só temos no campo 19% e 81% da população nas cidades. Mas o Brasil ainda é um país cuja economia tem forte presença Agrícola. A produção rural é responsável por 30% do PIB e a produção camponesa é responsável por 10%, mesmo sem apoio técnico para organizar e qualificar a produção, o escoamento e a comercialização que são precárias. Os 60% da produção de grãos que vão para as gôndolas dos supermercados e hipermercados após empacotados deixam transparecer que tudo é produzido pelas grandes fazendas do agro-negócio. Na verdade só a embalagem é que é colocada pelas indústrias de beneficiamento.

O Brasil será responsável pela produção de combustível limpo para mover parte dos automóveis do Mundo, apartir da produção de combustível extraído das matérias primas produzidas no campo onde poderemos ter o controle da produção ou não. Isso dependerá da nossa capacidade de organização e intervenção no campo, organizando os camponeses.

É preciso trazer esse assunto para a pauta de discussão das organizações urbanas como a Conlutas, PSOL, PSTU e PCB. Cito estas organizações porque estão no campo da classe e têm feito análises críticas sobre esta questão. O tema Reforma Agrária e o papel dos camponeses na luta pala Revolução Socialista precisam ser debatidos no interior destas e demais organizações populares.

Por Zelito da Silva - Coordenação do MTLDI - Go

Referencia bibliográfica:
livro “Despoluindo Incerteza”, Wendell Ficher Teixeira Assis, Marcos Cristiano Zucarell UFMG, Lucia Schild Ortz UFRS.
Reportagem Especial de “O Popular” - Go, jornalista Edimilson Sousa Lima.
Jornal Comissão Pastoral da Terra.
Livro “Revolução Russa, processos, personagens e influências”, organização David Marcel, Cláudio Maia, Antonio Henrique Lemos CEPEC.

segunda-feira, 3 de março de 2008

[SP] Fórum de Formação Política do Pantanal da Zona Leste

Estamos te convidando para conhecer e discutir o tema: A MÍDIA E A EDUCAÇÃO, que ocorrerá no FÓRUM DE FORMAÇÃO POLÍTICA, que acontece domingo (09/03/08) das 10:00 às 13:15 (09/03/08);

FORMATO DO FÓRUM:
- Leitura da ata do fórum passado, 05 minutos;
- Prática do mês: apresentação e discussão, sobre as principais notícias do mês 40minutos;
- Tema: A MÍDIA E A EDUCAÇÃO, apresentação e debate + ou - 90 minutos;
- Tarefas do mês: escolha do tema do próximo mês, e os apresentadores da pratica do mês e do tema;
- Avaliação do fórum: as pessoas se apresentam e avaliam o fórum, o tempo depende do número de participantes;

Local: Espaço Cultural Alana

Rua: Erva do Sereno 548, Jardim Pantanal (esta rua é continuação da Av. Oliveira Freire) São Miguel Paulista, para quem vem de carro pode vir pela Marginal Tietê, Rod. Airton Sena até o Km 26 entrar São Miguel à esquerda atravessa a Av: José Arthur da Nova, na Av. Oliveira Freire, vire a esquerda sentido Itaim Paulista vai até o final;
De Ônibus pegar Vila Mara no Pq. D. Pedro ou metrô Penha e descer no ultimo ponto da Av. Oliveira Freire e seguir em frente até o final da rua.

Contato: Ronaldo 7378 0244, 6585 1157, Marzeni, 9734 6736

[SP] "Sonho Real" - Filme e debate na USP

Na quinta-feira, 06/03 será exibido no Anfiteatro da Universidade de São Paulo (USP) o Filme "Sonho Real - Uma história de luta por moradia", feito pelo Centro de Mídia Independente de Goiânia em 2005.

Sonho Real mostra de dentro do olho do furacão o violento despejo das famílias do Parque Oeste Industrial em Goiânia, bem como os dias anteriores do despejo: a chamada Operação Inquietação.

O debate visa discutir um pouco sobre os movimentos de moradia hoje, e a situação pós-despejo das famílias do Sonho Real.

Sonho Real - Uma história de luta por moradia
Brasil, 2005, 60 min - CMI- Goiânia
18 horas no Anfiteatro de Geografia
FFLCH - USP